Autor: Editorial Ateliê

Massao Ohno, Editor

Por Renata de Albuquerque Massao Ohno foi um dos maiores editores do país, deixando sua ideia e marca que influenciou o mercado editorial independente. Este imenso trabalho gráfico pode ser acompanhado no livro Massao Ohno, Editor, escrito e organizado pelo pesquisador José Armando Pereira da Silva. A obra tem projeto gráfico de Gustavo Piqueira e Samia Jacintho. Para falar desse trabalho, o pesquisador conversou com o Blog da Ateliê: Massao Ohno participou de alguma maneira da fase inicial do projeto, já que a ideia surgiu em 2004? José Armando Pereira da Silva: Não. Massao não participou do projeto. Quando dei…

Inspirado em clássico do cinema, projeto Fitzcarraldo leva o vocabulário nheengatu à Amazônia

Por Renata de Albuquerque Werner Herzog criou um espetáculo de imagens impressionante quando filmou a aventura real de Brian Sweeney Fitzgerald, cujo desejo era construir um teatro na Amazônia. Fitzcarraldo, o filme, inspirou o Projeto Fitzcarraldo, do jornalista Oliviero Pluviano, que leva música, cinema, livros e cultura  para os índios da floresta Amazônica, a bordo do barco-gaiola Gaia. O projeto, que começou em 2011, já visitou mais de 30 comunidades, com o apoio de leis de incentivo e de patrocinadores como a Bauducco. O Gaia foi transformado em um barco-cinema e atende a demandas das populações locais, com a entrega…

Massao Ohno, um dos maiores editores do país, ganha livro pela Ateliê Editorial
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Massao Ohno, um dos maiores editores do país, ganha livro pela Ateliê Editorial

Jorge Ialanji Filholini * Hilda Hilst escreveu sobre Massao Ohno: “Colou-se à compaixão, abismos e à sua própria sombra”. Massao dedicava-se – muitas vezes sozinho – às sombras do mercado editorial para as publicações de livros que hoje são clássicos e importantes na literatura brasileira contemporânea. Conhecido como um dos maiores editores do país e deixando sua ideia e marca que influenciaram o mercado editorial independente, Massao foi responsável por publicar nomes como os de Roberto Piva, Eunice Arruda, Claudio Willer, Hilda Hilst, Renata Pallottini, Jorge Mautner, Julio Bressane, Lupe Cotrim Garaude e muitos outros. Este imenso trabalho gráfico pode ser…

Ao vires isto isto vires ao vires isto

Katherine Funke* Páginas mágicas, máginas págicas são o que se poderia esperar de um livro sobre Gertrude Stein, sim, Gertrude-rose-is-a-rose-is-a-rose-Stein, Gertrude-page-ages-Stein. Ainda mais um livro chamado Ao vires isto, título que (para olhos e ouvidos atentos), logo se espelha, multiplicado, em “isto vires, ao vires isto”, porque é um livro sobre Gertrude Stein, aquela (de ouvidos e de olhos atentos) que percebeu que As you like it, título de uma das peças de Shakespeare, abria as possibilidades de sentido para muito mais do que um significado, muito mais do que uma só combinação de sentidos.             Livro de ensaios com…

Federico Fellini, 100 anos

Em 20 de janeiro de 2020, o genial cineasta italiano Federico Fellini faria 100 anos. Artista de circo na infância, foi quadrinista, caricaturista e redator de revista. Mas foi no cinema que encontrou o caminho para expressar sua arte e arrebatar público e crítica com  seu cinema autoral. Tanto assim que virou adjetivo. Felliniano é um personagem (ou uma situação) inusitado, que carrega consigo uma estética ao mesmo tempo barroca. Estreia no cinema em 1945, como roteirista de “Roma, Cidade Aberta”. A reflexão que Fellini propunha em suas obras é bastante densa e mostra o ser humano em toda sua…

“Leituras Imediatas”, por Aurora Bernardini*

O livro  póstumo de Jerusa Pires Ferreira ( 1938-2019) , Leituras Imediatas (Ateliê, 2019) é o último mergulho no “Grande Texto” ao qual dedicou a maior parte de seus anos, O Cordel: Tradição e Vida. É o “Grande painel da literatura popular em verso” que ela percorreu desde as projeções medievais do clássico Cavalaria em cordel ( sua dissertação de Mestrado – Hucitec, 1979- Edusp, 2016), até as periferias de cidades como a São Paulo, Cultura das bordas ( Ateliê, 2010), passando pelo misticismo de O livro de São Cipriano –  Uma legenda das massas ( sua tese de Livre…

Clepsidra, de Camilo Pessanha
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Clepsidra, de Camilo Pessanha

Clepsidra é o único livro de poesias publicado em vida pelo escritor português Camilo Pessanha (1867 – 1926). O livro, um dos mais importantes da poesia portuguesa moderna, foi publicado pela primeira vez em 1920, por Ana de Castro Osório, por quem Camilo Pessanha era enamorado. O título se refere a um antigo instrumento grego de medição do tempo, parecido com uma ampulheta mas que, em vez de areia, continha água. O tema dos poemas passam pela efemeridade da vida, a fragilidade humana e o desencanto perante o mundo. Mas, o que a diferencia de outras, que abordam assuntos correlatos,…

Paradeiro: uma carta para Pedro
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Paradeiro: uma carta para Pedro

O escrito e psicanalista Renato Tardivo escreve uma “carta aberta” a Pedro, protagonista de Paradeiro, romance de Luís Bueno que recebeu o Prêmio Literário Biblioteca Nacional 2019 São Paulo, 26 de dezembro de 2019. Caro Pedro, Espero que me perdoe a intromissão. Não nos conhecemos; ou, para ser mais preciso, você não me conhece. Eu soube de eventos importantes da sua vida por meio do romance Paradeiro, escrito por Luís Bueno e do qual você, aos 23 anos, é um dos protagonistas. Presumo que você não tivera a oportunidade de ler o romance, levando em conta, inclusive, que ele seria…

Retrospectiva 2019

Final de ano sempre é tempo de retrospectiva. Pensar no que passou, nos planos que conseguimos colocar em prática, nas leituras que conseguimos concluir. Esse balanço de final de ano é sempre importante e, de alguma forma, ajuda a fazer planos para o ano que virá. Por isso, a Ateliê hoje entra no clima de final de ano e faz sua própria retrospectiva, para que você conheça tudo o que a editora publicou em 2019 e possa fazer um balanço do que já tem e do que ainda não tem. faça sua lista de desejos! LANÇAMENTOS Octávio Brandão e as…

“Bruno Palma, Escolhedor de Palavras”

Renata de Albuquerque* “Traduzir é levar a palavra aos que não podem compreendê-la”. A frase está no livro Bruno Palma, Escolhedor de Palavras – Ensaio sobre a Arte e o Ofício de um Tradutor (Com-Arte), de Marcus Fabiano Gonçalves. Mas ela não é suficiente para sintetizar o trabalho (ou, talvez, seria melhor dizer fazer artístico) de Bruno Palma, paulista de Araraquara, cuja experiência com tradução começou ainda na fase ginasial. Hoje, com mais de 90 anos de idade, ainda atua ativamente nessa área.   Bruno de Palma, que aos vinte anos converteu-se ao catolicismo e passou a integrar a Ordem…