Resenhas

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Entrando nos Clusters de Pedro Marques

Marcelo Veronese O título vem como que forjado na capa grossa, Clusters incrustado fundo com letras que parecem ter sido datilografadas numa máquina de escrever para não deixar as palavras lineares, para que no extremo início os caracteres já se vissem livres de qualquer objetivo, isentos de fazerem de sua união qualquer significado final, sem alvos, e ainda assim pesados, chumbo no papel duro, sulco no olho (que o dedo pode revelar plano, talvez) enquanto o nome do poeta desce pela margem direita, de lado, paralelo à esquerda cor de vinho (uma lombada caudalosa), nome como numa escrita vertical que…

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Uma caixinha de surpresas

Revista Superpedido | Agosto/setembro 2013 Em Clichês Brasileiros, o designer e escritor Gustavo Piqueira segue desafiando as possibilidades do livro impresso – desta vez, em uma edição que não tem capa tradicional nem lombada  Com um trabalho notável à frente da Casa Rex, seu estúdio com sedes em São Paulo e em Londres que conquistou centenas de prêmios de design gráfico em todo o mundo, Gustavo Piqueira é nome obrigatório em qualquer seleção de artistas visuais que se escale no país. Mas que ninguém tente restringir seu jogo para apenas uma fatia do gramado: ele é daquele tipo de atleta…

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Teatro Ídiche é tema de exposição no MIS

Revista: Arquivo Histórico Judaico Brasileiro Nachman Falbel lançou livro no evento que estará aberto ao público até 15 de setembro O Governo do Estado de São Paulo, Secretaria da Cultura, Museu da Imagem e do Som e Arquivo Histórico Judaico Brasileiro promoveram a abertura da exposição “Estrelas errantes: Memória do Teatro Ídiche no Brasil” no dia 17 de julho de 2013, que contou com a presença de diversas autoridades e o lançamento do livro de Nachman Falbel. Segundo o autor do livro, a exposição resulta de uma longa pesquisa sobre a cultura ídiche em nosso país. Trazida às Américas pelos…

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Leonardo da Vinci, o desbravador do corpo humano

Alessandro Silva  | Jornal da Unicamp | 29 de julho a 4 de agosto de 2013 Artista italiano usou a matemática e o desenho para entender o funcionamento da “máquina” humana Viaje cinco séculos no tempo. Esqueça a internet, a televisão, o cinema e a fotografia. Houve uma época em que o homem teve que recorrer ao desenho para retratar sua viagem de descoberta rumo ao interior do corpo humano. Os portugueses nem haviam chegado ao Brasil quando Leonardo Da Vinci (1452-1519) começou um dos mais impressionantes levantamentos de anatomia para entender o funcionamento de órgãos, do esqueleto, dos músculos e tendões….

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Insólita Metrópole – São Paulo nas Crônicas de Paulo Bomfim

Caio Liudvik  | Guia da Folha | 29.06.2013 “Ah, São Paulo de 1932, um só corpo e uma só alma!”. “Trinta e dois não foi uma Revolução, foi uma Paixão! Vida, Paixão e Glória de São Paulo”. Assim vibra Paulo Bomfim, recordando a euforia do movimento popular que lançou os paulistanos contra o governo de Getúlio Vargas e por uma nova constituição – um dos episódios mais marcantes da história da “insólita metrópole” que é tema dos itinerários de memória e de afeto do “Príncipe dos Poetas Brasileiros”. Da rua Augusta ao mosteiro de São Bento, passando pelo relógio da Sé, passeamos com…

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O cancioneiro e sociedade

Heitor Ferraz Mello | Guia da Folha | 27 de julho de 2013 Em Melancolias, Mercadorias, Walter Garcia analisa duas canções compostas em momentos diferentes, com o objetivo de ver nelas a matéria histórica brasileira, específica depositada. Trata-se de A Preta do Acarajé, de Dorival Caymi, gravada em 1939 por Caymi e Carmen Miranda (com possível participação de Dalva de Oliveira), e Carioca, de Chico Buarque, de 1989, gravada no disco Cidades. Como lembra Garcia, autor também de Bim-Bom, a Contradição sem Conflito de João Gilberto (Paz e Terra, 1999), seis décadas a separam, mas em ambas há a presença do pregão de…

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Quem critica editais acredita demais nas virtudes do mercado, diz José Durand

O novo livro do sociólogo José Carlos Durand, Política Cultural e Economia da Cultura, lança luz sobre uma questão que aflige o setor há décadas: o que falta para nossa produção cultural tornar-se profissional e sustentável? A antologia de ensaios cobre o período entre 1995 e 2010,  abordando temas como a falta de visão sistêmica na gestão pública, amadorismo na administração da cultura, formação de agentes culturais, leis de incentivo, o papel da crítica e das premiações, além de fazer um panorama comparativo da política cultural na França, Inglaterra e Estados Unidos. Leitura provocativa e essencial para qualquer pessoa envolvida no (ou curiosa…

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Estrelas Errantes – Memória do Teatro Ídiche no Brasil, de Nachman Falbel

Exposição Estrelas Errantes | Memória do Teatro Ídiche no Brasil 18 de julho a 15 de setembro de 2013 MIS – Museu da Imagem e do Som Av. Europa, 158 – Jardim Europa, São Paulo Programação dos Eventos Paralelos 03/08 – 15h – Apresentação de textos em Ídiche 17h – Apresentação de Música Klezmer – grupo ADZI 04/08 – 16h – Leitura Dramática do DIBUK, direção Bruno Guida Resultado de uma longa pesquisa sobre a cultura ídiche em nosso país, a mostra apresenta momentos históricos e pontuais através de materiais gráficos, além de uma programação paralela composta por filmes e folclore…

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Livre Captura

Renato Tardivo Vida Trágica e Intensa A vida trágica e intensa de Camille Claudel (1864-1943), as esculturas que deixou (e as que destruiu), os  “valores” que enfrentou, o relacionamento amoroso com Rodin, também escultor, são facetas que fazem da artista um nome cultuado, admirado, respeitado. Não por acaso, não são raros os registros sobre sua vida e sua obra. Em 1988, Bruno Nuyteen levou às telas o filme Camille Claudel, no qual retrata os conflitos da escultora francesa com a família, a passagem de aprendiz à amante de Rodin, a relação intensa com o irmão, Paul Claudel, e os delírios…

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Uma leitura do livro Deste Lugar, de Paulo Franchetti

Sibila | Solange Fiuza Cardoso Yokozawa | 18 de junho de 2013 Publicado em 2012 pela Ateliê Editorial, Deste Lugar, de Paulo Franchetti, é um livro que faz diferença no panorama da poesia brasileira mais recente. Em lugar do pobre chocalho de palavras em que se converteu parte dessa poesia, seduzida por uma autorreferencialidade esvaziada de sentido histórico, o livro de Franchetti fornece a imagem de um homem movido por uma angústia ancestral e tentando responder a ela, consciente, entretanto, do caráter provisório das respostas. Em um primeiro momento, parece tratar-se de um livro de poesia erótica, com a sexualidade amorosa transfigurada…