Ano: 2017

As canções preferidas

Conheça quais foram as canções de Chico Buarque que a pesquisadora Adelia Bezerra de Meneses na enquete da Folha de São Paulo, que elegeu “Construção” a canção mais icônica do compositor. Ela é autora de Desenho Mágico – Poesia e Política em Chico Buarque e Figuras do Feminino na Canção de Chico Buarque, CALA A BOCA BARBARA Uma das mais intensas canções eróticas, que no entanto pode ser lida também no registro político. Há aí uma sobreposição das imagens da mulher e da terra (teluricamente considerada, com seus rios e  braços, relva e vazantes);  da mulher e da pátria pela qual se luta (nas…

Chico Buarque em Caravanas

Por Renata de Albuquerque Chico Buarque acaba de lançar um novo álbum. Caravanas chega ao público seis anos depois do lançamento de Chico, mais recente trabalho de inéditas. O lançamento já seria, por si, um acontecimento, já que Chico Buarque é um compositor cultuado e fundamental na cultura brasileira. Mas, além disso, a faixa “Tua Cantiga” recebeu críticas pelo conteúdo que teria um viés machista (na letra, um homem diz à amante que largaria mulher e filhos para ficar com ela). Para falar sobre o novo disco, o Blog da Ateliê convidou Adélia Bezerra de Meneses, professora de Teoria Literária…

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Orestes, tragédia atípica em que é preciso ponderar riso e dor

No mês em que se comemora o Dia Internacional da Tradução (30 de setembro), a Professora Titular de Língua e Literatura Gregas (Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG), Tereza Virgínia Ribeiro Barbosa fala do trabalho de tradução da tragédia Orestes, de Eurípedes, recém-lançada pela Ateliê Editorial. Ela, que é diretora da Trupe de Tradução de Teatro Antigo (Trupersa) e coordenadora do Grupo de Tradução de Teatro (GTT/CNPq/UFMG)  revela, na entrevista, como foi o processo inovador que gerou o livro, e que demorou cerca de dois anos: Como foi o processo de tradução? Tereza Virgínia Ribeiro Barbosa: O processo foi…

Guilherme de Almeida, tradutor de Wilhelm Busch

Por Renata de Albuquerque   A pesquisadora Simone Homem de Mello, que está lançando Histórias em Imagens e Versos – Wilhelm Busch Traduzido por Guilherme de Almeida, conta, nesta entrevista, como a obra de Wilhelm Busch começou a fazer parte de sua vida e como um jantar deu origem a um projeto audacioso de traduzir e reposicionar a obra do autor alemão considerado um dos precursores das histórias em quadrinho. Quando tomou contato com a obra de Busch, foi na esfera infanto-juvenil? Simone Homem de Mello No final do primeiro ano do ensino fundamental, a professora me deu de presente…

Edição bilíngue reúne poemas narrativos de Wilhelm Busch traduzidos por Guilherme de Almeida

Antes considerada estritamente literatura infantil, obra do alemão precursor das histórias em quadrinho ganha edição comentada O objetivo de Simone Homem de Mello ao lançar-se no trabalho de edição de Histórias Em Imagens E Versos – Wilhelm Busch Traduzido Por Guilherme de Almeida – era tirar da restrita esfera da literatura infanto-juvenil a obra do autor alemão que serviu de modelo para a criação de uma das primeiras tiras de quadrinhos feitas nos EUA. Afinal, os vinte poemas narrativos do alemão, traduzidos para o português pelo poeta Guilherme de Almeida, não foram originalmente escritos apenas para o público infanto-juvenil, mas…

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“A hipertrofia das assimetrias, que vão da economia até às esferas culturais, torna essa literatura de sentido sociopolítico necessária”, diz Benjamin Abdala Jr.

Por: Renata de Albuquerque Literatura, História e Política: Literaturas de Língua Portuguesa no Século XX chegou às prateleiras das livrarias brasileiras em 1989,  mesmo ano em que o Muro de Berlim caiu – uma mudança profunda, do ponto de vista histórico, político e social. Quase trinta anos depois, a Ateliê lança a terceira reedição da obra, um ensaio que discute o gesto que veio a configurar-se artisticamente numa forma nova, nas literaturas dos países de língua portuguesa. A análise do sentido político subjacente a essas produções da Modernidade levou à problematização das relações entre arte e engajamento, do poder de…

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João Alexandre Barbosa, 80 anos

Por Renata de Albuquerque* “Quando comecei a fazer Direito, comecei também a lecionar porque, naquele tempo, para fazer Direito era preciso estudar literatura: brasileira, francesa”. Esta frase, de João Alexandre Barbosa, explica por si a grandeza intelectual deste advogado que criou o curso de Teoria Literária da Universidade do Recife, atual Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), criou o Projeto Nascente (que fomenta atividades artísticas dos estudantes) e o Cinusp, foi diretor da FFLCH e escreveu mais de uma dezena de livros. Nascido João Alexandre Costa Barbosa, na cidade do Recife, em 31/08/1937, fez o primário em casa, com uma preceptora….

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João Alexandre Barbosa: “É preciso arriscar”

Eduardo Sterzi   A entrevista com João Alexandre Barbosa que a seguir se reproduz na íntegra foi realizada em agosto de 2000, no saguão do Hotel Embaixador, no centro de Porto Alegre. Sua primeira divulgação se deu no mesmo ano, no número 23 da revista Brasil/Brazil – que era, à época, uma publicação conjunta da PUCRS (hoje, a Associação Cultural Acervo Literário de Erico Verissimo tomou o seu lugar) e da Brown University, com edição de Regina Zilberman e Nelson H. Vieira. Em 2006, quando João Alexandre Barbosa morreu, excertos da entrevista foram republicados, em sua homenagem, no jornal K,…