Maria Eugenia Boaventura descreve a trajetória familiar, jornalística e política de Couto de Barros na obra ‘A Elite nos Bastidores do Modernismo Paulista’ – lançamento da Ateliê Editorial em coedição Editora Unicamp

A Ateliê Editorial, em coedição Editora Unicamp, realiza a publicação da obra Elite nos Bastidores do Modernismo Paulista, organizada por Maria Eugenia Boaventura. No livro, a autora descreve a trajetória familiar, jornalística e política de Couto de Barros explorando o rico material iconográfico e documental conservado no acervo da família e em diferentes instituições paulistas. A partir de uma pesquisa rigorosa, Boaventura reconstrói a vida de uma figura de notoriedade e relevância na vida cultural de São Paulo no século XX. O projeto gráfico e capa são da Casa Rex.

O Modernismo mudou a fisionomia da arte de São Paulo, visível até hoje. Movimento avassalador, impulsionado pelo boom do café e da industrialização, contribuiu para a fantástica expansão do Estado. Um dos nomes da elite paulista, participante ativo em todas as atividades culturais, políticas e econômicas, foi Antônio Carlos Couto de Barros (1896-1966), tratado por Couto de Barros, ou simplesmente Couto.

Couto Integrou a Liga Nacionalista de São Paulo e colaborou com vários textos a propósito da construção de um país dos sonhos dessa classe. Durante o ano de 1922, polemizava nas páginas de A Gazeta, escondido pelo pseudônimo de Clodomiro Santarém. Ajudou a fundar a primeira revista modernista, Klaxon, organizada e administrada no seu escritório, na Rua Direita, em sociedade com Tácito de Almeida. Formou nova dupla de sucesso com Alcântara Machado para fazer outra importante revista, a Terra Roxa e Outras Terras (1926). Escreveu resenhas, crítica e ficção para outros periódicos importantes do movimento: Revista do BrasilEstéticaArielIdea IllustradaPaulistanaVerdeRevista Nova etc. Junto com boa parte da elite local, optou pela intervenção mais direta com a criação do Partido Democrático (1926) e tornou-se um dos principais acionistas, além de diretor e redator do Diário Nacional (1927).

De pé da esquerda para direita: Couto de Barros junto de Manuel Bandeira e Mário de Andrade. Sentado no chão, Oswald de Andrade.

No livro, são abordados os temas como a Semana de Arte Moderna, Klaxon, Rua Direita, 33, Amigos Estrangeiros na Klaxon, Terra Roxa e Outras Revistas, Partido Democrático e Diário Nacional (1927-1929). A obra também fornece Referências Bibliográficas e Índice Onomástico.

Maria Eugenia Boaventura – Doutora em Letras Clássicas pela Universidade de São Paulo, em seguida Professora Titular da Universidade Estadual de Campinas. Tem experiência na área de Crítica e História Literárias, com ênfase nos seguintes temas: Modernismo, Oswald de Andrade, Mário Faustino, Literatura contemporânea, Crítica genética, Crítica textual, entre outros.

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