Leia um trecho da obra ‘Isolados em um Território em Guerra na América do Sul’, de Koichi Kishimoto – lançamento da Ateliê Editorial

Ateliê Editorial publica a obra Isolados em um Território em Guerra na América do Sul, de Koichi Kishimoto. O livro está com desconto especial de lançamento no site da editora: De R$94,00 – Por R$65,80. O exemplar da Ateliê vem com a tradução de Seisiro Hasizume, capa de Camyle Cosentino e imagem de Zen Garden (istock.com). Acesse o site: Clique aqui.

Segundo o jornalista e editorialista d’O Estado de S. Paulo, Jorge J. Okubaro: “Chega a surpreender que, com tanta repercussão à época de seu lançamento, em setembro de 1947, Isoladosem um Território em Guerra na América do Sul tenha sido quase apagado da história da presença dos japoneses no Brasil”. E complementa: “O livro é uma descrição fortemente balizada pelas crenças, convicções e formação pessoais dos que a fazem e é, por isso mesmo, tão relevante, pois nos permite, à distância de muitas décadas, rever o ambiente e as condições em que os imigrantes japoneses que vieram para o Brasil durante a Segunda Guerra construíam suas vidas e alimentavam seus sonhos – ou deles se desfaziam, por escolha ou necessidade”.

Koichi Kishimoto nasceu em 1898 na cidade de Shibata, província de Nigata, Japão. Chegou ao Brasil no dia 13 de setembro de 1922, com a esposa e uma filha, radicando-se no noroeste do estado de São Paulo, nas proximidades de Promissão. De agricultor, passou a lecionar japonês. Foi para a capital para estudar português. Candidatou-se a uma vaga de professor da escola primária, sendo aprovado. Em 1931, inaugurou o Gyosei Gakuen (Liceu Aurora), que tinha licença para funcionar como escola regular. Naturalizou-se brasileiro. Lançou a revista Koya, em japonês.

Além do livro Nambei no senya ni koritsu shite (Isolados em um Território em Guerra na América do Sul), publicou outros 9 livros em japonês, tendo como tema o Japão ou viagens pelo Brasil e América do Sul. Recebeu comendas de Honra ao Mérito do governo japonês, do Instituto Histórico e Geográfico e da Sociedade Geográfica Brasileira. Após seu falecimento em 1977, foi homenageado com o nome de uma rua na Vila Morais, homologado pela Prefeitura do município de São Paulo. No Japão, houve a publicação de um livro sobre sua vida e da versão atualizada do Nambei no senya ni koritsu shite.

LEIA UM TRECHO DA OBRA:

Era simplesmente indescritível a dor que um detento estava suportando, cuja família (esposa e filhas), abandonada na rua da amargura, vagava de um lugar para outro. O caso do senhor I., de 38 anos, companheiro de cela, é um bom exemplo. Há cinco anos, ele tinha vindo de Tóquio como imigrante. Havia prestado o serviço militar como soldado da força aérea japonesa e tinha exercido funções de instrutor para motoristas de veículos da polícia. Despretensiosamente, mostrou a vizinhos brasileiros fotos em que aparecia ao lado de generais e oficiais graduados do exército japonês.

Foi o começo do seu infortúnio, pois, após o rompimento das relações diplomáticas entre Brasil e Japão, aqueles vizinhos o denunciaram à polícia dizendo: “I. é um capitão da força aérea japonesa que veio ao Brasil enviado pelos dirigentes militares para atuar como espião”. Condenado, ficou nove meses encarcerado na Ilha das Flores, prisão localizada numa ilhota longe do litoral, no Rio de Janeiro, e em seguida foi encaminhado para a prisão do Deops, de São Paulo, dividindo a cela comigo.

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