Leia trechos da Apresentação da obra ‘História do PCB’, publicada pela Ateliê Editorial

A Ateliê Editorial publica a obra História do PCB, organizada pelos professores e pesquisadores Lincoln Secco e Luiz Bernardo Pericás. A obra tem como debate os cem anos de Movimento Comunista no Brasil, por meio de um panorama histórico e bibliográfico da trajetória do PCB e de sua fundação, em 25 de março de 1922, na cidade de Niterói, Rio de Janeiro.

O livro traz um balanço sobre os momentos mais importantes da participação dos comunistas na história brasileira, como o COMINTERN na América Latina, a Insurreição de Novembro de 1935, a Revolução Burguesa (1928-1948), o papel de liderança de Luís Carlos Prestes, a formação da Juventude Comunista brasileira, a divisão do PCB, em 1962, e o surgimento do PCdoB, a luta dos comunistas contra a ditadura civil-militar, entre outros assuntos importantes. Outros temas discutidos na obra e que envolvem as demandas sociais e étnicas do partido são: a luta pela paz mundial, a questão racial no PCB, o PCB e as Artes no Brasil, assim como a Federação de Mulheres do Brasil (1949-1957).

A obra conta com a participação de experientes estudiosos do tema, como Victor Jeifetz e Lazar Jeifets, Frederico Duarte Bartz, Marly de A. G. Vianna, Marcos Del Roio, David Ricardo Ribeiro, Edvaldo Correa Sotana, José Reinaldo Carvalho, Milton Pinheiro, Breno Altman, Anita Leocadia, Fernando Garcia de Faria, Fernando Garcia de Faria, Iracélli da Cruz Alves, Wilson Milani, Pedro Estevam da Rocha Pomar, Paulo Ribeiro da Cunha, Dainis Karepovs.

A obra traz luz às conquistas da ala trabalhadora brasileira e avalia a história do PCB no processo político, social e cultural no passado e projetando o desenvolvimento atual da luta de classes no país.

LEIA TRECHOS DA APRESENTAÇÃO DA OBRA – Por Lincoln Secco e Luiz Bernardo Pericás (Org.)

O Partido Comunista teve papel destacado em diversos momentos da história contemporânea brasileira, tanto para a direita (já que o PCB foi o objeto preferencial do anticomunismo por décadas, embora o discurso contra o comunismo seja anterior à fundação do partido e à própria Revolução Russa e persista até hoje), como para a esquerda, já que é inegável a importância do PCB. Afinal, quase todas as correntes ideológicas se relacionaram com ele: anarquista, trotskistas, maoísta, trabalhista, petistas, além de militantes feministas, sindicalistas e dos movimentos negros, LGBT, ambientalista, estudantil etc.

A periodização é sempre um tema polêmico. Em 1919, no ano da fundação da Internacional Comunista (IC), surgiu um Partido Comunista do Brasil com caráter mais anarquista do que marxista, que durou poucos meses e que logo desapareceu. Todavia, há amplo consenso de que foi em 1922 que, de fato, se fundou a organização que logrou continuidade histórica sob o nome de Partido Comunista do Brasil (PCB) e, desde 1961, Partido Comunista Brasileiro (mantendo a mesma sigla).

A História do PCB procura retomar alguns debates já clássicos sobre a história do comunismo no Brasil, seus momentos decisivos, cisões e disputas e, ao mesmo tempo, revelar novas linhas de pesquisa. Dessa forma, o livro foi organizado com a máxima abrangência temática, envolvendo autores estabelecidos e jovens acadêmicos.

Não se trata de um livro oficial ou de memória institucional. Cada autor e autora teve liberdade para estabelecer sua leitura mais ou menos crítica da trajetória dos comunistas brasileiros, da sua incidência na vida política e cultural e das suas relações internacionais. Por isso mesmo, contradições entre as abordagens, divergências políticas e teóricas e superposições de períodos analisados são esperados.

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