Ateliê e Mnema publicam ‘Plínio, O Jovem – Epístolas Completas’

A Ateliê Editorial e Editora Mnema publicam a obra Plínio, O Jovem – Epístolas Completas. Com tradução, introdução e notas de João Angelo Oliva Neto, assim como leitura crítica por Paulo Sérgio de Vasconcellos. O livro, em edição bilíngue – Latim/Português -, está em pré-venda com desconto especial (clique aqui).

Se hoje todos somos missivistas, se somos hoje contumazes escritores de mensagens por e-mail e WhatsApp – em geral breves, mas nem sempre –, não será ocioso lembrar que os antigos romanos sentiam a mesma vontade de comunicar-se, que todo dia queriam contar e saber as novidades, que de contínuo desejavam também comentar e fazer a resenha do que havia de novo na vida pública da Cidade, não menos do que na vida privada de amigos e parentes. E eles o faziam, alguns diariamente, por meio de cartas, ou melhor dizendo, de epístolas, que são cartas escritas para ser publicadas.

Os dez livros de epístolas de Plínio, o Jovem (62-c. 114 d.C.) –, que ao lado de Cícero (106-43 a.C.) e Sêneca, o Filósofo (c. 4 a.C.-65 d.C.) foi um dos três grandes epistológrafos da antiga Roma – são como que a crônica diária da vida romana por volta de 100 d.C. no esplendoroso tempo do imperador Trajano.

Nada escapa ao olhar testemunhal de Plínio, o Jovem, nada é estranho ou alheio a suas epístolas: a erupção do Vesúvio, que destruiu cidades e matou Plínio, o Velho, seu tio; as decisões importantes no Senado; o interrogatório de cristãos presos por causa de sua fé; o assassinato de um senhor pelos escravos, mas também a doença de um parente, a educação de um jovem, a opinião de Plínio sobre a qualidade da poesia e da oratória do tempo e princi///palmente o modo extraordinário como descreve (como quem pinta) a beleza de uma região, de um lago, de uma propriedade, de uma estátua.

Nada lhe escapa, nem mesmo a mágoa de não receber mensagens, que registra em bilhetes tão curtos como são hoje os de aplicativo. Os romanos nos legaram magníficos escritores que registraram eventos grandiosos (Cícero, César, Virgílio, Tito Lívio) e legaram igualmente escritores como Plínio, o Jovem, que além de tratar de assuntos maiores, soube, mais do que todos, com muita delicadeza tratar também de assuntos menores e até de coisas pequenas, matéria que nem por isso deixa de importar muito a nosso dia a dia.

PLÍNIO, O JOVEM

Caio Plínio Cecílio Segundo – também conhecido como Plínio, o Jovem, o Moço ou o Novo, foi orador famoso,  jurista, político e governador. Sobrinho-neto de Plínio, o Velho, que o adotou, estava com ele no dia da grande erupção do Vesúvio (79 d.C.), mas não o acompanhou na viagem de barco até o vulcão em erupção que se revelaria mortal. Seus escritos sobre esse dia, no qual Pompeia foi arrasada, são o principal documento escrito que versam a respeito de como sucedeu tal erupção.  As cartas trocadas entre Plínio e o imperador Trajano,  preservadas até os dias de hoje, são consideradas um dos mais valiosos documentos para entender a organização e a vida cotidiana do império romano da época. Nelas, Plínio cita pela primeira vez o cristianismo num documento romano conhecido.

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