Dia da Literatura Brasileira

Maio já começa com uma data muito especial para quem ama livros. O Dia da Literatura Brasileira é comemorado em primeiro de maio, em homenagem ao aniversário de José de Alencar, que nasceu nesse dia em 1829 em Fortaleza, no Ceará. Ao longo dos anos, a data tornou-se uma bela celebração em que leitores expressam sua admiração pela literatura que lemos em nossa língua materna, na qual é possível entender muito além de palavras, mas sentimentos e sensações. A literatura escrita em português tem a capacidade de nos conectar com uma essência que a literatura traduzida nem sempre consegue. Afinal, ela fala sobre nossa cultura, sobre nossos parâmetros e crenças. Do delírio de Baleia ao delírio de Brás Cubas, prosa, poesia, teatro e outros gêneros nos unem e nos encantam.

Para celebrar essa data tão importante, fazemos uma seleção de títulos de literatura brasileira para todos os gostos:

Iracema

O livro de José de Alencar, autor que inspirou o Dia da Literatura Brasileira, fala sobre a fundação do Brasil. É uma alegoria da colonização do país, e a protagonista simboliza a união entre o homem e a natureza. Embora seja escrito em prosa, o romance revela a enorme identidade de José de Alencar com a poesia romântica.

Somente nos Cinemas

Jorge Ialanji Filholini faz uma mistura quase impossível: a literatura, o cinema, a vida – com todos os seus prazeres, dúvidas e dores – e a morte. Temos aqui um escritor cuja crueldade é aterradora. E bela, o que torna tudo ainda mais perigoso. Os contos começam como filmes, apresentam a situação, as personagens e, quando você está distraído, Jorge atira. Para matar. E nada do que você imagina é o que de fato acontece. Não é um livro de contos, é um livro de suspense. 

Obras Poéticas de Alvarenga Peixoto

A poesia de um dos inconfidentes menos conhecidos reunida em um só volume. São 40 poemas, incluindo inéditos. Uma obra complexa e multifacetada – tanto assim que os poemas foram usados tanto pela defesa quanto pela acusação no processo da Inconfidência. “Caio Cesar Esteves de Souza recusa-se reconstituir os poemas de Alvarenga Peixoto a partir de uma collatio codicum que lhe permitiria alçar-se ao suposto original ou arquétipo da tradição, apresentando-nos por conta dessa negação um poeta e uma poesia mais pujantes e múltiplos”.

Paradeiro

Paradeiro, romance de estreia de Luís Bueno, foi aclamado pela crítica ao vencer o Prêmio Literário Biblioteca Nacional na categoria romance. No livro, o autor traz à tona questões como doença e morte, experiências radicalmente transformadoras da existência humana. O livro tem uma estrutura incomum, que instiga o leitor. Paradeiro tem como um de seus cenários a cidade de São José dos Campos. Mas, o romance acontece em épocas diferentes e a ação envolve personagens distintos. 

Macunaíma

Um clássico da literatura brasileira em uma edição para colecionadores. A tiragem é limitada e numerada. Gustavo Piqueira, da Casa Rex, um dos mais premiados designers gráficos do País, é o responsável pelo projeto gráfico e ilustrações da edição. Piqueira, conhecido por testar os limites do livro impresso, chegou ao formato “dobra-desdobra”, que permite uma leitura tanto “bem comportada”, quanto “uma espécie de pavão escandaloso de papel”, como ele mesmo define, mutabilidade que tem relação com a própria natureza da obra de Mário de Andrade. São 16 ilustrações impressas em serigrafia e coladas manualmente no livro.

O Língua

O primeiro estranhamento do leitor acontece na capa. Língua é substantivo masculino? Sim. Neste caso, o termo é usado para indicar o intérprete que mediava as relações entre portugueses e índios, ainda durante o século XVI no Brasil. O romance de Eromar Bomfim alterna narradores para contar a história de Leonel, filho da índia Ialna e de Antônio Pereira, fazendeiro e padre. 

Entreatos

Nestes Entreatos, Marcelo Castel Cid dá voz, em monólogos de inspiração fantástica, a personagens fascinantes do livro de Atos dos Apóstolos. Algumas delas figuram no texto bíblico em apenas umas poucas linhas, mas há gerações têm cativado as imaginações, como o mago Simão, o centurião Cornélio, o profeta Ágabo e o areopagita Dionísio. Nesses relatos, essas personagens revelam de voz própria suas inspirações, dúvidas, motivações e temores. Sem pretender mudar a História, os textos lhe insinuam outras profundidades.

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