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Literatura e medicina se entrelaçam na obra de Pedro Nava

Por: Renata de Albuquerque*

Na semana em que se comemora o Dia do Médico, o Blog da Ateliê lembra de um médico que se consagrou como escritor: Pedro Nava. Autor de uma das mais importantes obras memorialísticas da literatura brasileira, Nava nasceu em Juiz de Fora (Minas Gerais), em 1903.

Pedro Nava

Escreveu os primeiros poemas na década de 1920, participando do Grupo Estrela, que contava com nomes como Cyro dos Anjos e Carlos Drummond de Andrade. Colaborou com “A Revista”, publicação modernista mineira e, em 1928, ilustrou Macunaíma, de Mario de Andrade. A partir dos anos 30, exerce a medicina em período quase integral. Manuel Bandeira escolheu Nava para fazer parte da Antologia de Poetas Bissextos, na década de 1940. Mas foi apenas na década de 1970, quando publica Baú de Ossos, que se torna uma referência na literatura de memória escrita no Brasil. Muitos o consideram o “Proust brasileiro”.

E, como memorialista, em sua obra, literatura e medicina andam de mãos dadas. Em sua bibliografia há títulos que deixam essa ligação explícita, como O Anfiteatro – Textos Sobre Medicina (organizado pelo sobrinho Paulo Penido). Outros, como Beira-Mar (em que retrata sua passagem pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais), se não se revelam pelo título, trazem o assunto impresso em cada página.

No volume A Medicina de Os Lusíadas, o escritor usa seu conhecimento em medicina para buscar, no clássico de Camões,passagens relevantes do ponto de vista médico. Já a segunda parte de Galo-Das-Trevas é inteiramente dedicada ao início da carreira de Nava como médico.

Pedro Nava é, enfim, uma das mais claras razões pelas quais os amantes da literatura têm muito a comemorar no Dia do Médico.

Conheça a obra de Pedro Nava

*Jornalista, Mestre em Literatura Brasileira pela FFLCH/USP.

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