Folha de S. Paulo destaca a obra ‘Isolados em um Território em Guerra na América do Sul’, de Koichi Kishimoto, publicada pela Ateliê Editorial

Na Folha de S. Paulo, escrito por João Batista Natali, um artigo publicado sobre a obra Isolados em um Território em Guerra na América do Sul, de Koichi Kishimoto. Leia a matéria na íntegra aqui.

A obra relata as histórias de vida da imigração japonesa no Brasil, sendo um retrato memorial da repressão dos imigrantes japoneses e seus descendentes durante a Segunda Guerra Mundial. O autor não se limita a descrever as experiências pessoais, que também fora perseguido e preso na época.

Kishimoto relatou, no texto de apresentação, ter sofrido, à época, diversas perseguições, assim como repreensões policiais:

“Enquanto redigia, minha casa sofreu três buscas policiais e fiquei preso durante um mês. Por pouco os originais não foram apreendidos, felizmente foram salvos por minha esposa, que durante a noite, acordou e escondeu-os dentro da parede e cobriu com barro, conseguindo assim burlar a inspeção dos policiais. Em outra ocasião, ela escondeu esses originais debaixo de sua roupa e, ainda em outra oportunidade, logrou ocultá-los embaixo do cobertor da cama onde dormia o filho enfermo”.

O AUTOR

Koichi Kishimoto nasceu em 1898 na cidade de Shibata, província de Nigata, Japão. Chegou ao Brasil no dia 13 de setembro de 1922, com a esposa e uma filha, radicando-se no noroeste do estado de São Paulo, nas proximidades de Promissão. De agricultor, passou a lecionar japonês. Foi para a capital para estudar português. Candidatou-se a uma vaga de professor da escola primária, sendo aprovado. Em 1931, inaugurou o Gyosei Gakuen (Liceu Aurora), que tinha licença para funcionar como escola regular. Naturalizou-se brasileiro. Lançou a revista Koya, em japonês. Além do livro Nambei no senya ni koritsu shite (Isolados em um Território em Guerra na América do Sul), publicou outros 9 livros em japonês, tendo como tema o Japão ou viagens pelo Brasil e América do Sul. Recebeu comendas de Honra ao Mérito do governo japonês, do Instituto Histórico e Geográfico e da Sociedade Geográfica Brasileira. Após seu falecimento em 1977, foi homenageado com o nome de uma rua na Vila Morais, homologado pela Prefeitura do município de São Paulo. No Japão, houve a publicação de um livro sobre sua vida e da versão atualizada do Nambei no senya ni koritsu shite.

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