Fotógrafo e professor Boris Kossoy é homenageado no Museu da Fotografia Fortaleza, no Ceará 

Boris Kossoy

O Museu da Fotografia Fortaleza (MFF), em Fortaleza, no Ceará, recebe, desde 20 de agosto até 20 de novembro, a mostra Estranhamento – Fotografias de Boris Kossoy. Durante os três meses em que a exposição — projetada especialmente para o museu — estiver em cartaz, o público cearense poderá conhecer minúcias da obra e da trajetória do fotógrafo e professor da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP Boris Kossoy, que conta com mais de cinco décadas de carreira. Ao todo, são 92 obras em exibição, selecionadas pelo curador Diógenes Moura dentre peças inéditas e fotografias já consagradas do artista. Até 20 de novembro, o público cearense poderá conhecer peças clássicas e obras inéditas do fotógrafo e professor da USP em cinco décadas dedicada às artes da imagem. O Museu da Fotografia Fortaleza (MFF) fica na rua Frederico Borges, 545, Varjota, em Fortaleza, no Ceará. Leia a matéria na íntegra pelo Jornal da USP (CLIQUE AQUI).

Boris Kossoy, professor titular da USP, é um dos mais importantes pesquisadores e ensaístas brasileiros dedicados à fotografia. Ele prioriza em suas reflexões os modos como se constroem ficções e realidades por meio do documento visual. Não por acaso, suas análises passam necessariamente pelas questões da história, da memória e do jornalismo. Além da trilogia formada pelos livros: Fotografia & HistóriaTempos da Fotografia e Realidades e Ficções na Trama Fotográfica, Kossoy publicou pela Ateliê A Imprensa Confiscada pelo Deops – 1924-1954, organizado em parceria com Maria Luiza Tucci Carneiro, e agora lança o seu mais novo título O Encanto de Narciso.

Conheça mais sobre as obras do fotógrafo e professor:

Realidades e Ficções na Trama Fotográfica

Primeira obra da trilogia de Kossoy, Realidades e Ficções na Trama Fotográfica apresenta um conjunto de textos que representam as diferentes linhas de pesquisa desenvolvidas pelo pesquisador. Traz reflexões sobre os mecanismos mentais que regem a representação (produção) e a interpretação (recepção) da fotografia. De maneira didática, o autor explica o processo de construção de realidades – e, portanto, ficções – que a imagem possibilita.

O Encanto de Narciso – Reflexões sobre a Fotografia

Em O Encanto de Narciso o autor transita pelos temas que têm lhe sido caros ao longo de sua trajetória enquanto pensador e criador de imagens como história, memória, cultura visual, poética e, por certo, a ficção, elemento que, de uma forma ou de outra, permeia as representações fotográficas. A narrativa é estruturada a partir de uma centena de textos-síntese de leitura independente, porém articulados direta ou indiretamente. 

Os Tempos da Fotografia – O Efêmero e o Perpétuo

Em Os Tempos da Fotografia, o autor dá sequência às questões abordadas nos outros dois volumes de sua trilogia. A obra reúne textos sobre história, imprensa e memória, em que a fotografia é tanto fonte de pesquisa quanto objeto de estudo. O efêmero e o perpétuo fundamentam suas reflexões sobre a imagem. Nessa perspectiva, a fotografia ocupa o centro do debate sobre as ambíguas relações entre representação e fato, entre o aparente e o oculto. 

Fotografia & História

A fotografia é um resíduo do passado, fonte histórica aberta a interpretações. Esse é o mote da análise interdisciplinar que Kossoy faz do processo de representação nos documentos visuais. Fotografia & História traz princípios de investigação e uma metodologia de análise crítica das fontes fotográficas, a partir de uma abordagem sociocultural. A obra, em edição revista e ampliada, é pioneira no país. Tornou-se referência importante para historiadores, cientistas sociais e estudiosos da comunicação.

A Imprensa Confiscada pelo DEOPS – 1924-1954

Muitos jornais de militância política foram proibidos de circular pelo extinto Departamento de Ordem Política e Social de São Paulo. Neste livro, estão reunidas as publicações confiscadas por esse órgão entre 1924 e 1954. Esses registros, agora públicos, mostram de que maneira cada governo do período vigiou e reprimiu a livre expressão de ideias. Os documentos revelam, assim, as estratégias de censura adotadas pelas autoridades políticas para construir sua própria versão da história. Prêmio Jabuti de Ciências Humanas, em 2004.

Deixe uma resposta