Os antigos romanos já falavam da necessidade de preservar a história, pois ela educa e ajuda a entender o presente. Uma maneira de preservar a história de uma cidade é cuidar dos monumentos e dos prédios antigos. Nessa tarefa são chamados engenheiros, arquitetos, historiadores e restauradores, pois exige uma equipe multidisciplinar competente para não prejudicar aquilo que se deseja preservar.
Em 2008, quem passava pelo Paço da Liberdade, em Curitiba, observava as obras de restauração. No mesmo ano, a Praça Tiradentes foi reformada para valorizar os calçamentos de cunho arqueológico, datados da metade do século XIX, dando visibilidade aos achados. Tanto o Paço da Liberdade quanto o antigo calçamento da Tiradentes fazem parte da história da capital do Paraná.
Alguns livros nos ajudam a entender melhor os conceitos e os trabalhos de preservação. Como se iniciou o interesse pela preservação de monumentos históricos? Que conceitos moviam esses estudiosos que defendiam e defendem a proteção da arquitetura das cidades? Para entender um pouco mais do assunto, vamos falar de dois livros.
Acontece entre os dias 6 e 10 de julho a nona edição da Flip, a Festa Literária Internacional de Paraty, um dos eventos culturais mais importantes do país.
O homenageado deste ano é o escritor modernista Oswald de Andrade, também precursor da Tropicália e da “poesia marginal” dos anos 1970. “Oswald de Andrade: devoração e mobilidade”, conferência de abertura da festa literária, será feita pelo crítico literário Antonio Candido e pelo professor de literatura, escritor e compositor José Miguel Wisnik. “Ainda há muito a explorar sobre este pensador de uma miscigenação sem nostalgia da identidade (bem à frente, portanto, do atual discurso multicultural), o crítico da civilização técnica e, sobretudo, o criador de uma poética que restaura o arcaico para se libertar do passado”, comenta o jornalista e crítico literário Manuel da Costa Pinto, novo responsável pela curadoria do evento e autor de “Albert Camus – Um Elogio do Ensaio”.
Além da homenagem na conferência e dos debates literários, a Flip 2011 terá show de abertura de José Miguel Wisnik, Celso Sim e Elza Soares, com composições feitas a partir das obras de Oswald de Andrade, e encerramento no dia 10 com o espetáculo “Macumba Antropófaga”, do Teatro Oficina Uzyna Uzona, interpretado por José Celso Martinez Corrêa e outros 22 atores com referências ao manifesto de Oswald. Autores ainda serão convidados a ler trechos de seus livros preferidos na tradicional e última mesa “Livro de cabeceira.”
Entre os 32 convidados estão o argentino Andrés Neuman e o norte-americano Michael Sledge, que lançará durante a festa seu novo romance sobre a vida amorosa de Elizabeth Bishop, ambos na mesa 5 “Viagens literárias”; a poeta e dramaturga inglesa Carol Ann Duffy e o tradutor Paulo Henriques Britto na mesa 1 “Lírica crítica”; o médico neurocientista Miguel Nicolelis e o filósofo Luiz Felipe Pondé na mesa 4 “O humano além do humano; o músico David Byrne, o jornalista e poeta Eduardo Sterzi e os escritores Emmanuel Carrère e James Ellroy.
Eduardo Galeano, jornalista e escritor uruguaio, fala sobre a importância da utopia para o continuar da “caminhada”
Eduardo Galeano fala com paixão. Isso é o que mais me faz brilhar os olhos todas as vezes que, ou leio seus escritos, ou vejo suas entrevistas. De alguma forma, esse já senhor de quase 65 anos intriga-me pela esperança que carrega para onde vai e compartilha com o mundo. Imagino que depois de ter presenciado tantas atrocidades e assistido com os próprios olhos a tantas violências humanas, não seja fácil alimentar qualquer tipo de bela expectativa em relação ao nosso futuro. E ele mesmo diz que do futuro não deseja saber nem prever, mas é o presente que o interessa, porque é nele que podemos contruir um mundo que não é, mas que pode ser. Um mundo possível – diz – pulsando no mundo que estamos, esperando seu nascimento, que é parto complicado. E não importa o que VAI acontecer. Importa-me o que ESTÁ acontecendo!
Alguém pode dizer que esse papo de mudar o mundo é pura inocência da juventude, passageira rebeldia adolescente, mas ao deparar-se com Galeano tratando desse tema com tanta vontade e convicções tão firmes, é impossível não ser incendiado por uma espécie de esperança de, que, sim, talvez, por que não, seja possível.
Utopias, outro alguém pode sussurar. Sobre estas, o escritor e jornalista uruguaio diz:
“A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais a alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.
(…)E tomara que isso continue vivo, por que se não, para que viver, se não for porque acredito em algo melhor do que isto?”
Uma cinzenta poeira de indiferença paira sobre nossa sociedade. Descrédito, desânimo… poderíamos citar por horas uma centena de “des” que se instalaram lenta e sutilmente ao nosso redor. Deixamo-nas ficar entre nós, tornar-se parte da rotina. Mas, no meio dessa iminente crise de é a causa humana é caso perdido, faíscas de gente com o sangue que ferve, podem ainda, fazer inflamar com esperança quem se deixar queimar.
Recomendaria a todas as pessoas que lessem e ouvissem Eduardo Galeano. E que, por vezes, quando acordassem descrentes de tudo e da humanidade e o seu destino, permitissem que suas palavras os comovessem a, ainda assim, acreditar mais um pouco.
Nada mais justo do que apreciarmos James Joyce neste dia de Bloosmday!
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Abaixo estão os links das lindas traduções finalistas do concurso. Ajude-nos a escolher a melhor tradução e aproveite para ler um pouco de Joyce. Enviaremos um cupom de desconto a todos os que votarem em alguma das traduções, que estão postadas na página de Notas do nosso Facebook. Os cupons serão enviados por mensagem pelo Facebook e poderão ser usados em compras na Loja Virtual da Ateliê.
Agradecemos a todos os participantes. Reconhecemos o esforço de cada um em traduzir um texto tão complexo. Esperamos que este concurso tenha contribuído para o incentivo da leitura de James Joyce, um dos autores de maior relevância do século XX.
“O risco das emissões eletromagnéticas emanadas pelos telefones celulares existe há tempos”, alerta Paulo Rosenbaum, roteirista do documentário O Nome do Cuidado
O recente alerta epidemiológico não pode ser tomado como uma grande novidade: o risco das emissões eletromagnéticas emanadas pelos telefones celulares existe há tempos. Ele só não tinha sido publicado e respaldado pela OMS. E quanto às antenas, um problema com potencial nocivo muito mais grave? E as redes wireless que agora com microfrequências empesteiam todos os ambientes? Como se vê o principal problema está muito longe de ser resolvido.
E como a sociedade pode saber a verdade? Com centros de pesquisas e pesquisadores independentes. Com verba para diagnosticar por que parte dos cientistas se tornou acrítica, submissa ou simplesmente refém dos interesses políticos e econômicos. [Leia o artigo completo]
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Paulo Rosembaum éMédico, PHd. pós-doutor em Medicina Preventiva pela FMUSP, Pesquisador associado da FMUSP e integrante do Grupo de Pesquisa do CNPq. Autor de O Nome do Cuidado, documentário e livro publicado pela Ateliê Editorial.
Três livros de poesia da Ateliê Editorial estão entre os 50 semifinalistas do Prêmio Portugal Telecom. O prêmio contempla romance, conto, poesia, crônica, dramaturgia e autobiografia, escritos em língua portuguesa e publicados em 2010.
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Os livros que representam a Ateliê nesta edição do prêmio são Palavra e Rosto, de Fernando Paixão, Interior Via Satélite, de Marcos Siscar e Memória Futura, de Paulo Franchetti.