Dia: 19/07/2010

Novo livro de Fernando Paixão extrai e injeta poesia nas frestas do dia-a-dia

(Por Marcos Pasche – Jornal Rascunho) Era um convicto catador de poemas. Entregava-se aos acasos para poder colecionar detalhes ou cenas quaisquer, donde se depreendesse o sinal possível, espiralado, que permitia o estirar de uma frase natural. Ele, sempre atento na ponta dos olhos, recusava-se a emendar palavra com palavra em meio à limpeza higiênica das mesas poéticas; não queria a poesia remediada, de tato virtual, nem a fria plumagem da língua. À maneira de T. S. Eliot, para quem o fim engendrava o início, o fragmento acima – extraído de O farejador, último texto de Palavra e rosto, de…