o silêncio
tange o sino
de tão leve
ninguém escuta
Mariana Botelho
.
Assista a entrevista da jovem poeta ao programa Imagem da Palavra, da Rede Minas de TV:
Um livro começa a ser belo só pelo seu título, como é o caso do Silêncio tange o sino, de Mariana Botelho. O lançamento publicado pela Ateliê Editorial, de São Paulo, é uma bela poesia desta poeta de apenas 26 anos, mas com uma imensa bagagem poética.
Este seu novo livro prova que a poesia ainda é possível. Quer saber mais sobre esta jovem e bela escritora? Então clique no áudio e confira com o poeta da Jovem Pan, Álvaro Alves de Faria.
Fonte: Jornal Estado de Minas
por Carlos Herculano Lopes
Bem além do artesanato, da boa música, do folclore e de tantas histórias para se contar – coisas típicas do Vale do Jequitinhonha – a cidade de Padre Paraíso, a 550 quilômetros de Belo Horizonte, tem também uma ótima escritora, a jovem Mariana Botelho. Com 27 anos, há algum tempo ela lançou O Silêncio Tange o Sino, coletânea de poemas que, independentemente da estreia, a coloca entre os melhores autores de sua geração. Como não vive em BH nem no Rio ou São Paulo, por enquanto pouca gente a conhece. No entanto, isso não impediu de a moça de ser descoberta pelos editores das páginas de literatura da Revista Ciência e Cultura, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), na qual publicou seus primeiros poemas, que acabaram despertando o interesse da Ateliê Editorial. Antes havia feito circular alguns textos seus no seu site, Suave Coisa com o qual, desde as lonjuras sem fim de Padre Paraíso, fica conectada com o mundo. “Foi principalmente graças à internet que pude conhecer outros autores, descobrir novos caminhos, outras vozes, com as quais tenho me comunicado”, conta Mariana. Vivendo na sua cidade, fora
Mariana Botelho terá seu primeiro livro de poesia lançado pela Ateliê Editorial em breve, mas mesmo antes de chegar ao grande público sua obra já é destaque no Suplemento Literário de Minas Gerais. Leia alguns dos poemas selecionados pelo periódico para sua edição de abril.
ter o silêncio incrustado de
pássaros
vê-lo desfazer-se logo em
crianças
sentir-se pleno de
chuva nos
olhos
.
cada dor
que passa
arranca lascas
desses ombros frágeis
fico cada
vez
menor
quando essa dor
me escreve
.
um corpo feito de aberturas
onde
silêncios entram
saem
como águas de longe
fonte
foz de um rio
vozes