Poesia

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Uma leitura do livro Deste Lugar, de Paulo Franchetti

Sibila | Solange Fiuza Cardoso Yokozawa | 18 de junho de 2013 Publicado em 2012 pela Ateliê Editorial, Deste Lugar, de Paulo Franchetti, é um livro que faz diferença no panorama da poesia brasileira mais recente. Em lugar do pobre chocalho de palavras em que se converteu parte dessa poesia, seduzida por uma autorreferencialidade esvaziada de sentido histórico, o livro de Franchetti fornece a imagem de um homem movido por uma angústia ancestral e tentando responder a ela, consciente, entretanto, do caráter provisório das respostas. Em um primeiro momento, parece tratar-se de um livro de poesia erótica, com a sexualidade amorosa transfigurada…

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A vida que segue

Vilma Costa | Gazeta do Povo | Junho 2013 O Rio na Parede, de Gil Felippe, reúne vinte e cinco textos curtos, reeditados, a maioria, depois de cinco décadas. Chama atenção como a forma e o conteúdo se relacionam, negociando sentidos e instalando-se no tempo presente, mesmo que a narrativa prime pela retomada de fragmentos da memória. Uma multiplicidade de questões é levantada, nas quais o cotidiano, aparentemente banal, dos personagens ganha peso. As frases são coordenadas por uma adição sumária de fragmentos, numa sintaxe peculiar, cujas ideias são sugeridas por imagens, sons, cores, além de traços de uma linguagem…

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A Transmutação Metalinguística na Poética de Edgard Braga, de Beatriz Helena Ramos Amaral

Reynaldo Damazio | Guia da Folha | 25.5.2013 A trajetória do poeta Edgard Braga (1897-1985) é curiosa. Iniciou na poesia como simbolista, sofreu influência do estilo parnasiano, passou pelo modernismo (era médico e fez o parto dos filhos de Oswald de Andrade) e acabou se relevando como autor inovador a partir do contato com o movimento concretista, no final dos anos 1950. Ao fazer um balanço das ousadias poéticas e gráficas de Braga, Augusto de Campos destacou o espanto com “a liberdade total da criação, (…) livre das convenções livrescas”. O livro de Beatriz Ramos Amaral, também poeta e musicista, analisa…

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A Transmutação Metalinguística na Poética de Edgard Braga, por Beatriz Helena Ramos Amaral

Livro de Beatriz Amaral ilumina a trajetória e a linguagem de Edgard Braga Maria Cecília de Salles | Revista Germina Passados já quase 112 anos de seu nascimento (10 de outubro de 1897), Edgard Braga, um dos mais inovadores poetas e artistas gráficos do século XX, continua pouco lembrado entre nós, para não dizer quase desconhecido, nas antologias de literatura consultadas por alunos do ensino Fundamental e Médio. Em muitas, seu nome nem sequer aparece; em algumas, ele é só citado, junto com outros, contemporâneos seus, como José Lino Grunewald, Ronaldo Azeredo e Pedro Xisto. Quando se incluem exemplos, geralmente, só os poemas…

Queixa-se o poeta de sua cidade no seu aniversário e recebe ajuda dos seus poetas mortos

O Estado de S. Paulo | 25.01.2013 Somos todos vítimas da última chacina. Somos todos cúmplices do próximo disparo. Anchieta, do alto do pátio: “Ah terrível bombardada Da morte espantosa! Como vem guerreira E temerosa!” Uns, acordam para a notícia: a noite em dados urgentes. Números frios, outrora vida, agora, nus, indiferentes Maneco grita do largo: Cavaleiro das armas escuras, Onde vais pelas trevas impuras Com a espada sanguenta na mão? E a noite segue calma Para quem se esconde, segue jorrando sangue para quem não há onde. Mário prevê noite e dia: dentro de muros sem pulos Mais uma…

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Ecos de Eros: elos

A erótica poesia organismo de Décio Pignatari Frederico Barbosa | Cult | 1.2.2013 A recente morte de Décio Pignatari, aos 85 anos, faz ecoar estas palavras do poeta e crítico mexicano Octavio Paz: “Os poetas não têm biografia. Sua biografia é sua obra”. A multiplicidade da atuação de Pignatari, como criador da poesia concreta, crítico, teórico da literatura e da arte, semioticista, romancista, tradutor, dramaturgo, professor e principalmente, como provocador e polemista, ou seja, sua biografia intelectual tem sido lembrada e é incensada em necrológicos muito bem intencionados e esclarecedores do impulso criativo e da inquietação que, de fato, sempre…

Vida e obra singulares

Henrique Marques-Samyn | Rascunho | 1.1.2013 Se marcas do espírito romântico individualmente encarnado são a independência e o egocentrismo auto-suficiente, Percy Bysshe Shelley é um típico representante dessa condição espiritual, em seus aspectos mais positivos e negativos. Shelley é mais um daqueles casos – não exclusivamente, mas caracteristicamente românticos – em que a vida e a obra se relacionam de tal modo que numa encontramos claves fundamentais para a compreensão da outra; mais que isso, em que ambas parecem estar todo o tempo determinando-se mutuamente, para o que sem dúvida contribuiu a maneira como o próprio poeta logrou fazer da obra…

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O Poeta Vingador

Em entrevista à H, Marcelino Freire revela que escreve para se vingar de si mesmo e de um mundo meloso e falso onde o amor é apenas uma ilusão Hélio Filho | H Magazine | 01/11/2012 O escritor pernambucano Marcelino Freire gostaria de ter o tempo de vida de uma mosca, apenas um dia, porque acredita que a vida é longa demais e a velhice é uma perda de tempo. O que poderia parecer melancolia é apenas indignação frente a um mundo onde, como diz o nome de seu mais novo livro, amar é crime – e principalmente significa correr…

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Deste Lugar, de Paulo Franchetti

Novo livro de Paulo Franchetti busca o lirismo e se dirige ao leitor comum, fugindo de artifícios eruditos . Participe do lançamento em Campinas-SP (quarta-feira, dia 5/9) Participe do lançamento na Universidade Federal do Piauí (14/9) . . Num texto recentemente publicado, Paulo Franchetti escreveu: “O lirismo contemporâneo brasileiro, no quadro herdado da tradição cabralina, é um lirismo culpado e regrado por tabus. Em poucos poetas e poucos poemas o eu se oferece, frágil, como algo que se julga no direito de existir e buscar a palavra. De poucos poetas nos perguntamos: quem é a pessoa que escreveu isto, que…

Soalho de Tábua – Reinações sobre Adélia Prado

Soalho de Tábua, cujo subtítulo é Reinações sobre Adélia Prado, surgiu da ideia de trabalhar com o universo da poeta mineira. O autor partiu de versos da escritora para criar os textos, trazendo à forma narrativa um pouco da poesia do cotidiano construída por Adélia ao longo de sua trajetória literária. O projeto surgiu de um edital do Ministério da Educação que pedia textos para adultos recentemente alfabetizados, entendendo não haver livros para este crescente grupo de pessoas. A tentativa de aproximar a poesia da prosa tinha o duplo objetivo de criar histórias breves e apresentar Adélia Prado aos leitores….