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Ecos de Eros: elos

A erótica poesia organismo de Décio Pignatari Frederico Barbosa | Cult | 1.2.2013 A recente morte de Décio Pignatari, aos 85 anos, faz ecoar estas palavras do poeta e crítico mexicano Octavio Paz: “Os poetas não têm biografia. Sua biografia é sua obra”. A multiplicidade da atuação de Pignatari, como criador da poesia concreta, crítico, teórico da literatura e da arte, semioticista, romancista, tradutor, dramaturgo, professor e principalmente, como provocador e polemista, ou seja, sua biografia intelectual tem sido lembrada e é incensada em necrológicos muito bem intencionados e esclarecedores do impulso criativo e da inquietação que, de fato, sempre…

Vida e obra singulares

Henrique Marques-Samyn | Rascunho | 1.1.2013 Se marcas do espírito romântico individualmente encarnado são a independência e o egocentrismo auto-suficiente, Percy Bysshe Shelley é um típico representante dessa condição espiritual, em seus aspectos mais positivos e negativos. Shelley é mais um daqueles casos – não exclusivamente, mas caracteristicamente românticos – em que a vida e a obra se relacionam de tal modo que numa encontramos claves fundamentais para a compreensão da outra; mais que isso, em que ambas parecem estar todo o tempo determinando-se mutuamente, para o que sem dúvida contribuiu a maneira como o próprio poeta logrou fazer da obra…

Entre o morro e o asfalto, transitava Noel

Leidiane Montfort | A Gazeta – Cuiabá | 11.12.2012 Mesmo passados 75 anos de sua morte, o compositor continua sendo um importante ícone da música brasileira Excêntrico e divertido, Noel Rosa redefiniu o samba e o legitimou junto à classe média e ao rádio. Transitando entre o morro e o asfalto, Noel era o branco que tocava – e amava – o ritmo preferido dos negros. Com quase 300 composições, gravadas dos 20 aos 26 anos, o artista marcou a Música Popular Brasileira (MPB) e segue influenciando novas gerações criadas ouvindo os clássicos dos bambas. Hoje, se lembra os 102…

Falecimento do Professor Ivan Teixeira

É com muita tristeza que anunciamos a morte do Professor Ivan Teixeira, com quem trabalhamos juntos em diversos projetos por um longo período de tempo. Ivan Teixeira faleceu ontem, 31/1, aos 62 anos de idade. Uma perda irreparável para o mundo acadêmico e literário. A Ateliê Editorial estende suas condolências à família e amigos deste verdadeiro professor e amigo, que certamente fará falta a todos que o conheceram. Ivan Teixeira foi mestre e doutor em literatura brasileira pela USP, e professor livre-docente da Escola de Comunicações e Artes da mesma Universidade. Escreveu, entre outros, Altar & o Trono, O –…

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O Cotidiano São os Outros

Renato Tardivo O Som ao Redor (2012), estreia do pernambucano Kleber Mendonça Filho em longas-metragens, talvez já seja o filme brasileiro mais aclamado dos últimos anos, tendo recebido, entre outros, os importantes prêmios em Roterdã e Copenhague, além de ser incluído na lista dos 10 melhores filmes do ano do New York Times. O filme aborda a banalização da violência – como fizeram outras produções brasileiras (Cidade de Deus, O Invasor, Tropa de Elite 1 e 2, entre outros) –, traz para o cerne a questão da invisibilidade social – temática trabalhada em documentários recentes e ficções documentais (Estamira, Linha…

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Um mestre da palavra poética

Morto no final de 2012, Segismundo Spina deixa estudos pioneiros sobre filologia, crítica textual e literatura Jornal da USP | 14-20 de janeiro de 2013 “Ao longo de sua longa e fecunda carreira de professor dos cursos de Letras da Universidade de São Paulo, Segismundo Spina soube fundir harmoniosamente as suas duas paixões dominantes: a Língua Portuguesa, de que foi e é mestre insigne, e a palavra poética.” Com essas palavras, o professor e crítico literário Alfredo Bosi homenageia o companheiro de travessia no infinito das Letras e mostra uma face inusitada do Professor Emérito da Faculdade de Filosofia, Letras…

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Uma mente brilhante

Além de pianista, Charles Rosen, que morreu dia 9 de dezembro, foi notável crítico de artes João Marcos Coelho | O Estado de S. Paulo | 17.12.2012 “Quando conversam entre si, na maior parte do tempo, os músicos falam de prazer. Mostram uns aos outros passagens em que as qualidades harmônicas ou melódicas têm um interesse particular e onde há vozes interiores imperceptíveis à audição. Quando toca uma de suas obras queridas, o músico tende a valorizar as passagens preferidas. Mas acontece que essas passagens ganham mais em serem interpretadas sem ostentação, com discrição. A música é uma maneira de…

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Ideias Encadernadas

Em Livro, o pesquisador francês Michel Melot traça um instigante painel da história do livro e da leitura, percorrendo caminhos que vão desde o livro como objeto até um inusitado traço erótico que esse mundo entre duas capas pode apresentar Marcello Rollemberg | Jornal da USP | 5 – 11 de novembro A discussão já ficou até chata: o livro em seu formato papel desaparecerá, dando lugar apenas ao livro eletrônico? Mais do que um debate clichê nesses tempos tecnológicos, o blábláblá sobre o (possível) fim do livro em papel acaba servindo, na verdade, para realçar cada vez mais sua…

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Severidade em Santiago

Renato Tardivo Filme de casa se exibe em casa Santiago (2007), documentário idealizado e dirigido por João Moreira Salles, é um dos melhores filmes do cinema nacional da última década. O filme faturou prêmios importantes, incluindo o Festival Du Réel, em Paris – talvez, o reconhecimento máximo que um documentário possa receber. No entanto, advertiu à época o diretor, Santiago entraria em poucas salas. É que a temática do filme é muito pessoal, e Salles julgava que apenas sua família iria se interessar. É sugestivo que, em São Paulo, Santiago só tenha entrado em cartaz no Espaço Unibanco e, no…

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Por que editar os clássicos

João Luiz Marques O romance brasileiro Til, de José de Alencar, entrou para a lista do vestibular da Fuvest em 2012. Isto mobilizou muitas editoras a publicar a obra e atender a procura por esse livro, que, certamente, irá aumentar. Entretanto, a lista dos vestibulares e as indicações de leitura para os currículos escolares não são os únicos parâmetros que orientam as editoras para a publicação dos clássicos da literatura. Para Plinio Martins, editor da Edusp, “há inúmeras obras que o público praticamente não tem contato na escola, mas que são importantíssimas”. E acrescenta: “Os clássicos são obras que conseguem…