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Interpretações entre a Literatura e a Psicanálise

Renato Tardivo Interpretações – Crítica Literária e Psicanálise reúne ensaios instigantes sobre o complexo parentesco entre essas duas áreas. Com efeito, as reflexões deste livro não incorrem nos dois problemas mais frequentes quando psicanálise e literatura são relacionadas: 1) a recusa prévia da possibilidade de diálogo, sobretudo por parte dos literatos, que podem ver na psicanálise apenas uma terapêutica ou um fazer normativo; 2) a aplicação direta de conceitos da psicanálise à literatura, de modo que o analista encontre no texto aquilo que ele próprio escondeu. Ao contrário, abordando diversas perspectivas dessa relação, os ensaios são divididos em duas seções:…

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O Desejo na Literatura e na Psicanálise

Nesta quarta-feira (03/09), a Livraria da Vila – Lorena recebe para um bate-papo o autor, psicanalista e colunista da Ateliê Renato Tardivo. Na ocasião o autor falará sobre a construção do desejo na literatura, abordando a vertente realidade/ficção. O psicanalista Niraldo de Oliveira Santos norteará sua fala, abordando o imperativo de felicidade, que é imposto ao sujeito, abrindo a discussão sobre a articulação desejo x gozo na contemporaneidade, principalmente os modos de satisfação/”empuxo ao gozo” e os efeitos disso no corpo.   Livraria da Vila – Lorena (auditório): Alameda Lorena 1731 – Jardim Paulista Horário: 19h30 às 21h30 Entrada Gratuita Inscrições: [email protected]

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EÇA DE QUEIROZ – UMA BIOGRAFIA

Oscar Pilagallo | Guia Folha | Seção: Livros | Pág. 18 | 30 de agosto de 2014 Com elegância estilística e dicção lusitana que remetem ao universo literário de seu personagem, Campos Matos escreveu uma biografia rigorosa e abrangente de Eça de Queiroz (1845-1900). A primeira metade foca a vida do autor de “Os Maias”, com ênfase na formação intelectual: a influência de Flaubert, a admiração crítica por Victor Hugo, a relação com Machado de Assis – registrando o teor moralista da acusação do brasileiro e o impacto que sua intervenção teve na trajetória de Eça. Na segunda metade, o autor se debruça sobre temas definidores…

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ESTRANHOS OBJETOS DE DESEJO

Regiane Teixeira | Revista São Paulo | Seção Reportagens – Arte | Pág. 22-24 | 17 a 23 de agosto de 2014 Feira de arte impressa vende experimentações com papel em baixíssima tiragem  No meio do caminho entre a livraria e a galeria de arte, há uma feira que vende obras como um maço de folhas de sulfite dentro de um bloco de concreto. A peça do artista Marcelo Cidade integra a sexta edição da Feira de Arte Impressa Tijuana, que ocorre no próximo fim de semana (Casa do Povo – Rua Três Rios, 252, Bom Retiro, São Paulo – SP | 23 e 24 de agosto,…

Os espelhos de Rjukan

Alex Sens Fuziy                                  Como mariposas enfeitiçadas por uma dança silenciosa, cujo ritmo é o próprio alvoroço de asas se debatendo contra um corpo iluminado, e cuja alegria acelera o voo e aquece a escuridão a ponto de fazê-la arder, os escandinavos reúnem-se ao sol e por ele orientam seus corações numa espécie de serenidade velada e compartilhada. Para eles, nada é tão essencial, tão agradável, tão revigorante quanto experimentar o calor do sol contra um rosto sorridente de olhos fechados, a respiração suave e o…

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A baiana do Cáucaso

Alvaro Machado | Carta Capital | Seção Plural | Pág. 63-64 | Agosto de 2014 Protagonista Peregrina do conhecimento, Jerusa Pires Ferreira traça o caminho do conto russo até o cordel A vasta Rússia também abriga sertões, agrestes “a combinar encantamento e horror”, na expressão da baiana Jerusa Pires Ferreira, que percorreu essas plagas para inteirar-se de detalhes de sua rica literatura e desvendar um enigma: por que o sertanejo do Nordeste brasileiro identifica-se às histórias russas a ponto de recontá-las e adaptá-las com tanto esmero em sua tradição oral e publicações populares desde os anos 1950? Em linguagem quase antiacadêmica, clara e saborosa, como…

UM LANCE DE DADOS

A Ateliê Editorial lança, em edição bilíngue, Um Lance de Dados, de Stéphane Mallarmé. Traduzido por Álvaro Faleiros, esse livro propõe diferentes interpretações, resumos, excertos, críticas, que culminam com uma nova tradução desse poema. Essa edição traz leitura crítica do poema mallarmaico, seguida por uma apresentação de proposta tradutória, na qual se discutem aspectos da tradução de Haroldo de Campos. O percurso proposto nesse livro concentra-se no aspecto tipográfico do poema, o que desconsidera, em parte, áreas das subdivisões prismáticas que permeiam o texto. O poema Um Lance de Dados foi, desde sua primeira edição, acompanhado de um prefácio paradoxalmente…

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Está Querendo Ser Meu Analista?

Renato Tardivo   Como além de escritor sou psicanalista com atuação clínica, escuto com alguma frequência comentários assim: “A clínica deve ser um rico material para a sua ficção…”; ou perguntas do tipo: “Você se inspira em seus pacientes para criar suas personagens?”. Vamos refletir a respeito. Acredito na proximidade entre literatura e psicanálise. Quem já leu alguma coisa do Freud há de concordar que sua escrita não é alheia à literatura, tanto do ponto de vista do estilo quanto do conteúdo. Assim como outros psicanalistas, vislumbro maior parentesco da psicanálise com as artes e a literatura do que, por…

O Brasil sofre de “ECITE”

Alfredo Campos Matos | Jornal Zero Hora | Seção Geral | Pág. 12 | Julho de 2014 O termo “ecite” foi criado pelo escritor brasileiro Monteiro Lobato (1882-1948), na Barca de Gleyre (1944), tendo como desígnio exprimir o ato muito comum no Brasil de imitar o estilo de Eça. Este termo disseminou-se, desde logo, pelos seus comentadores, adquirindo um sentido mais amplo. Pode ser definido como um sentimento tão completo e absorvente de fascínio e simpatia pela escrita eciana que abrange não só a obra como o seu próprio autor e tudo aquilo que, de longe ou de perto, lhe diz respeito. O PrOA antecipa nesta página…

DESNORTEIO E PERMANÊNCIA

Peron Rios | Jornal Rascunho | Pág. 27 | Julho de 2014 A partir de 2013, o leitor brasileiro pôde saborear a publicação de Cinquenta Poemas de Gérard de Nerval. A Ateliê, no entanto, não se contentou apenas em pôr novamente em circulação a poesia obrigatória do escritor francês, como trouxe a lume uma bela edição bilíngue, em capa dura, com estudo introdutório e súmula biográfica. As notas inseridas no rodapé dos poemas também conferem uma legibilidade aos textos e os retiram de alguma eventual neblina. Tudo isso numa disposição equilibrada da página e com sóbria elegância das fontes. A tradução de Mauro…