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Matrizes Impressas do Oral – Conto Russo no Sertão

O Popular | Junho de 2014 Crítica Literária – Matrizes Impressas do Oral – Conto Russo  A cultura oral como extensão da cultura letrada impressa é objeto de pesquisa da professora da USP Jerusa Pires Ferreira neste trabalho que já é referência na área. Investigação que passa pelo conto russo, a literatura de cordel, o cinema e mitos populares de grande força na condução de narrativas diversificadas. Conheça mais sobre o livro: Matrizes Impressas do Oral – Conto Russo no Sertão

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O Nheengatu que dá barato

José Ribamar Bessa Freire | Diário do Amazonas | 25 de maio de 2014 Tinha cara de bebê chorão. Morava na Ilha do Governador, no Rio. Não lembro mais o nome dele. Agnaldo ou Agnando, uma coisa assim, mas era conhecido como Pindá. Como qualquer vendedor de drogas em porta de escola, percorria diariamente universidades para abastecer a clientela, cujos vícios e gostos conhecia muito bem. Na UERJ, se esgueirava pelos corredores, qual felino de mansa pisada. Ia de sala em sala, levando a mercadoria. Silencioso e discreto, só abordava os consumidores potenciais sem presença de testemunhas. Um belo dia, sumiu. Dizem que…

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Robert Creeley

André Caramuru Aubert | Jornal Rascunho | Maio de 2014 O poeta norte-americano Robert Creeley (1926-2005) é, entre seus conterrâneos e contemporâneos, um dos mais conhecidos (ou menos desconhecidos) no Brasil. Além da qualidade de sua obra, talvez tenha ajudado, para isso, o fato de Creeley ter estado em São Paulo e conhecido alguns de nossos poetas. O fato é que ele deixou por aqui alguns admiradores importantes, como Ruy Vasconcelos e, principalmente, Régis Bonvicino, editor e tradutor de uma excelente coletânea brasileira (A UM, Poemas. Ed. bilíngue, Ateliê Editorial, 1997). Ainda assim, diante de tudo o que Robert Creeley produziu, o que…

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O poder transformador dos livros

Vivian Nani Ayres | Brasileiros | Abril de 2014 Como se deu a publicação e difusão de livros comunistas no Brasil e na França  Os livros fazem revoluções? Podem existir muitos protestos diante dessa pergunta, mas não se pode negar que uma das principais armas contra as ideias que ousaram questionar o status quo foi a perseguição aos livros considerados “subversivos”. É difícil encontrar alguém que conteste o poder transformador dos livros. Mesmo aqueles que só têm contato com esse objeto em sua esfera privada sabem que ao fecharem um livro depois da leitura encontram diante do espelho uma pessoa diferente….

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O Som da Imagem

Oliviero Pluviano | Carta Capital | 7 de maio de 2014 RARAMENTE pensamos na morte. Existe um antídoto que nos impede de lembrar a todo instante que tudo acaba, que nascemos de un polvo (como os espanhóis chamam o momento da geração) e fatalmente voltaremos a ser poeira. É a mesma defesa psicológica a impedir que nos aterrorize nas noites estreladas a nossa condição de infinitésimos habitantes da Terra com os corpos celestes. Quem sabe esse remédio milagroso se chame vida? A morte dos outros passa perto de nós todos os dias: quem nunca viu um motoboy agonizando no asfalto em uma…

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Valéry e Nerval: o eu inesgotável

Felipe Fortuna | Valor Econômico | 04 de abril de 2014 Dois lançamentos permitem novas incursões na obra dos dois poetas franceses bem como no trabalho de tradução de poesia para o português.   As numerosas diferenças entre Gérard de Nerval (1808-1855) e Paul Valéry (1871-1945) não são apenas as da cronologia, mas sobretudo de concepção da obra literária. Para o escritor de Les Filles Du Feu (1854), os símbolos do hermetismo – saturados de mensagens esotéricas e de vigoroso discurso místico – se transfiguravam em literatura. Já para o escritor de Charmes (1926), disciplina e rigor deveriam ser forças simultâneas na construção da prosa e…

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Chuva de dúvidas

Bruno Molinero | Folha de São Paulo | 29 de março de 2014 Um rato vivia embaixo de um celeiro e se alimentava de restos de comida que caíam por um buraquinho no chão. Certo dia, ele decidiu aumentar o tamanho do furo. Um camponês, porém, percebeu o grande buraco e decidiu tapá-lo. Essa é uma das histórias que o escritor russo Liev Tolstói (1828-1910) contava para crianças que estudavam na escola que ele mantinha em sua propriedade. Os textos agora estão reunidos em Contos da Nova Cartilha – Segundo Livro de Leitura, que tem também um outro volume a ser lançado….

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As faces do amor na obra de Paulinho da Viola

Antonio Carlos Quinto | Portal Top Vitrine | 14 de março de 2014 Músico traz em sua lírica a melancolia como representação do amor Inspirada em parte da obra do cantor e compositor Paulinho da Viola, a cantora e filósofa Eliete Eça Negreiros empreendeu um estudo na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP: Paulinho da Viola e o elogio do amor (que será editado e lançado como livro pela Ateliê Editorial). Na tese de doutorado defendida no final de 2012, ela analisa composições de Paulinho, ou por ele interpretadas, traçando paralelos com autores e pensadores da filosofia e da…

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Um rolê com Paulo Bomfim

Percursos da memória na cidade do poeta Jorge Caldeira | Folha de S. Paulo | 19 de janeiro de 2014 PAULO BOMFIM não apenas vive fisicamente em São Paulo há 87 anos. A cidade para ele tem história, de modo que muitos lugares não lhe aparecem como paisagens prosaicas do tempo que vive, mas como testemunhos ancestrais. O parque da Luz é o lugar da ermida que Domingos Luís, o Carvoeiro, construiu no século 16; a praça do Patriarca, o ponto de refúgio do Mirinhão, um ancestral seu do século 18; a rua Espírita, no Cambuci, o quilombo espiritual do…

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Poesia e pensamento

Patricia Peterle  |  Jornal Rascunho |  Janeiro de 2014 Paul Valéry, herdeiro de Mallarmé, passou a ser considerado um mestre do simbolismo com a publicação de La jeune Parque, em 1917. Mas sua obra alçou-o além, para entre os maiores poetas franceses do século 20. O exercício poético de Valéry, que se inicia com alguns poemas publicados na revista simbolista La Conque, por volta de 1896, e segue com leituras de Charles Baudelaire, Edgar Allan Poe e Huysmans, já assinala seu complexo percurso de escritura e reflexão sobre a poesia. Seus Cadernos – um total de 261 volumes, somando mais de 26 mil…