Autor: Editorial Ateliê

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Sugestões de leitura para o Cancioneiro, de Petrarca (primeira parte)

O Cancioneiro, de Petrarca, é um livro do século XIV. Apesar de ser considerado o principal modelo de poesia lírica amorosa no Ocidente, a distância que nos separa deste clássico – que a Ateliê lançou com a tradução de José Clemente Pozenato e ilustrações de Enio Squeff em 2015 – muita vezes dificulta sua leitura. Foi pensando nisso que, a partir de hoje e nas próximas quatro semanas, vamos publicar aqui no Blog da Ateliê algumas sugestões de como tornar a leitura do Cancioneiro mais aprazível e próxima do leitor do século XXI. O texto Sugestões para um leitor de…

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Retrospectiva 2015: o que ler agora?

Por: Renata de Albuquerque “Finalmente!”. Essa é a sensação da maior parte das pessoas quando chega o final do ano. Afinal, esse é um momento em que (quase) todo mundo faz uma pausa no trabalho e nos estudos, para recuperar as energias para o ano que vai começar. E, para quem gosta de ler, a pergunta que fica é: o que ler agora? Durante o ano todo priorizamos as leituras “necessárias” e deixamos as “prazerosas” para depois. Ou são os livros técnicos, ou são os didáticos e paradidáticos que acabam tomando o espaço de poesia, romance, contos e biografias. Então,…

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Ateliê fecha 2015 com poesia

Por Renata de Albuquerque 2015 foi um ano cheio de dificuldades: econômicas, políticas, sociais. Mas, como disse Nietzsche, “nós temos a arte para não sucumbirmos junto à verdade”. Por isso, a Ateliê resolveu apostar na poesia para celebrar o final do ano e presenteia seus leitores com três obras que, se não são feitas apenas de versos, tecem-se de poética, criam imagens cheias de significações transcendentes e fazem da linguagem uma ferramenta lúdica de fruição:   Desconhecer, Ricardo Lima Obra contém 40 poemas, escritos ao longo de três anos – todos sem título, sem tema definido e em letras minúsculas. Isso…

Fetichismos Visuais: as contradições da comunicação na metrópole contemporânea

Por: Renata de Albuquerque Em Fetichismos Visuais– Corpos Erópticos e Metrópole Comunicacional, o antropólogo italiano  Massimo Canevacci lança um olhar sobre a experiência pós-moderna da cidade polifônica e suas contradições, lançando mão de um novo conceito: o metafetichismo. A seguir, Canevacci fala sobre o livro, que acaba de ser reeditado pela Ateliê Editorial: Você optou por se distanciar das definições de Marx e Freud sobre fetichismo. Como define esse novo fetichismo que investiga no livro, à luz do mundo globalizado, da sociedade da informação e dos excessos em que vivemos? Massimo Canevacci: Marx e Freud utilizam o conceito de fetichismo…

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Ficções Psicanalíticas

Renato Tardivo* Recentemente, estreou a segunda temporada de Psi, série com texto e direção geral do psicanalista italiano radicado no Brasil, Contardo Calligaris. Embora não se trate de uma série de consultório, como In Treatment (adaptada no Brasil com o título Sessão de Terapia e direção de Selton Mello), a linguagem privilegiada é a psicanalítica. Os episódios, mais ou menos independentes entre si,se passam em São Paulo e giram em torno de Carlo Antonini (em ótima interpretação de Emílio de Mello), espécie de alter ego do próprio Calligaris. Seu ofício de psicanalista de consultório é abordado, conquanto não incida ali…

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Preconceito racial?

Por: Renata de Albuquerque*   O dia 20 de novembro foi escolhido como o Dia Nacional da Consciência Negra em 2003. A data lembra a morte de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, que aconteceu em 1695. Há quem diga que lembrar a data com um feriado não é necessário,  já que o Brasil é um país de mestiços e que a escravidão acabou há muito tempo. Mas será que não há mesmo racismo no país que foi o último de seu continente a abolir a escravidão, em 1888? O preconceito no Brasil é tão forte que até mesmo Machado…

A voz de Gilberto Gil

Por: Renata de Albuquerque   De fã a pesquisador. Essa é a trajetória que o jornalista e pesquisador Pedro Henrique Varoni de Carvalho percorreu para tentar apreender e explicar a trajetória de Gilberto Gil dos palcos ao Ministério da Cultura – posto que assumiu em janeiro de 2003, durante o primeiro mandato do  presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Varoni é autor do livro A Voz que Canta na Voz que Fala: A Trajetória Poética e Política de Gilberto Gil, que acaba de ser lançado agora pela Ateliê Editorial. Na obra, ele trafega pela análise do discurso e aponta como…

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Alfabetização e analfabetismo funcional

Ler é mais do que saber unir letras e sílabas; quem não consegue escrever, ler ou interpretar textos é considerado analfabeto funcional e perde a oportunidade de adquirir os conhecimentos que a leitura de um bom livro pode proporcionar e entender melhor o mundo ao seu redor Antônio Suárez Abreu* Houve época em que bastava alguém conseguir escrever o próprio nome para ser considerado alfabetizado. Assinar um documento, em vez de pôr nele a impressão digital, era sinal de progresso.  Há, ainda hoje, treze milhões de brasileiros que põem impressão digital no lugar do nome.  São os completamente analfabetos. Há, também,…

Da Europa à América Latina

  Por: Renata de Albuquerque   As cerca de quatro décadas e a questão geográfica que separam a Segunda Guerra Mundial da Guerra das Malvinas podem, em uma análise superficial, fazer com que não se consiga estabelecer relação entre esses dois conflitos. Mas o Doutor em História Osvaldo Coggiola vê pontos de intersecção entre essas duas guerras. “A Inglaterra e os EUA, que venceram a Guerra das Malvinas, também venceram a Segunda Guerra Mundial. A posse inglesa das Malvinas é um ressabio da hegemonia mundial ainda presente das potências anglo-saxãs. O único navio norte-americano não afundado em Pearl Harbor foi vendido…

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A dissipação da raça humana

O tema da solidão, quando tratado pela ficção científica, resulta em obras como Perdido em Marte, The Leftovers e Dissipatio H. G. — O Fim do Gênero Humano Alex Sens* Condição primária do artista, estando sua arte ainda num plano essencialmente virtual ou absolutamente real, a solidão não só é ferramenta para a potencialização do pensar, através da observação e da concentração, como é também o alimento da criatividade. Colocada na esfera da ficção, a solidão torna-se melancólica, mas necessária, portanto um meio que apresenta um fim, sendo este a sua ideia principal, o tema. Só a arte, com seu poder imagético,…