Autor: Gabriel Magalhães

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A baiana do Cáucaso

Alvaro Machado | Carta Capital | Seção Plural | Pág. 63-64 | Agosto de 2014 Protagonista Peregrina do conhecimento, Jerusa Pires Ferreira traça o caminho do conto russo até o cordel A vasta Rússia também abriga sertões, agrestes “a combinar encantamento e horror”, na expressão da baiana Jerusa Pires Ferreira, que percorreu essas plagas para inteirar-se de detalhes de sua rica literatura e desvendar um enigma: por que o sertanejo do Nordeste brasileiro identifica-se às histórias russas a ponto de recontá-las e adaptá-las com tanto esmero em sua tradição oral e publicações populares desde os anos 1950? Em linguagem quase antiacadêmica, clara e saborosa, como…

UM LANCE DE DADOS

A Ateliê Editorial lança, em edição bilíngue, Um Lance de Dados, de Stéphane Mallarmé. Traduzido por Álvaro Faleiros, esse livro propõe diferentes interpretações, resumos, excertos, críticas, que culminam com uma nova tradução desse poema. Essa edição traz leitura crítica do poema mallarmaico, seguida por uma apresentação de proposta tradutória, na qual se discutem aspectos da tradução de Haroldo de Campos. O percurso proposto nesse livro concentra-se no aspecto tipográfico do poema, o que desconsidera, em parte, áreas das subdivisões prismáticas que permeiam o texto. O poema Um Lance de Dados foi, desde sua primeira edição, acompanhado de um prefácio paradoxalmente…

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Está Querendo Ser Meu Analista?

Renato Tardivo   Como além de escritor sou psicanalista com atuação clínica, escuto com alguma frequência comentários assim: “A clínica deve ser um rico material para a sua ficção…”; ou perguntas do tipo: “Você se inspira em seus pacientes para criar suas personagens?”. Vamos refletir a respeito. Acredito na proximidade entre literatura e psicanálise. Quem já leu alguma coisa do Freud há de concordar que sua escrita não é alheia à literatura, tanto do ponto de vista do estilo quanto do conteúdo. Assim como outros psicanalistas, vislumbro maior parentesco da psicanálise com as artes e a literatura do que, por…

O Brasil sofre de “ECITE”

Alfredo Campos Matos | Jornal Zero Hora | Seção Geral | Pág. 12 | Julho de 2014 O termo “ecite” foi criado pelo escritor brasileiro Monteiro Lobato (1882-1948), na Barca de Gleyre (1944), tendo como desígnio exprimir o ato muito comum no Brasil de imitar o estilo de Eça. Este termo disseminou-se, desde logo, pelos seus comentadores, adquirindo um sentido mais amplo. Pode ser definido como um sentimento tão completo e absorvente de fascínio e simpatia pela escrita eciana que abrange não só a obra como o seu próprio autor e tudo aquilo que, de longe ou de perto, lhe diz respeito. O PrOA antecipa nesta página…

DESNORTEIO E PERMANÊNCIA

Peron Rios | Jornal Rascunho | Pág. 27 | Julho de 2014 A partir de 2013, o leitor brasileiro pôde saborear a publicação de Cinquenta Poemas de Gérard de Nerval. A Ateliê, no entanto, não se contentou apenas em pôr novamente em circulação a poesia obrigatória do escritor francês, como trouxe a lume uma bela edição bilíngue, em capa dura, com estudo introdutório e súmula biográfica. As notas inseridas no rodapé dos poemas também conferem uma legibilidade aos textos e os retiram de alguma eventual neblina. Tudo isso numa disposição equilibrada da página e com sóbria elegância das fontes. A tradução de Mauro…

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Vida de Eça de Queiroz é esmiuçada em caprichada biografia

Elemara Duarte | Hoje em Dia | Domingo | Página 05 | 20 de Julho de 2014   Outro lançamento sobre um escritor da terra do descobridores do Brasil chega às livrarias: “Eça de Queiroz: Uma Biografia ” (coedição Ateliê Editorial e Unicamp, 600 páginas, R$ 110). Trata-se de mais um livro do especialista em estudos queirozianos, o português Alfredo Campos Matos. A biografia de Eça de Queiroz (1845-1900) foi originalmente publicada na França e em seguida, com edição ampliada, em Portugal, em 2009. A edição brasileira também recebeu acréscimos. Nela, o autor introduziu informações aos retratos psicológicos de Eça e de…

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As pastorinhas de Pirenópolis – GO

Diário do Nordeste | Caderno 3 | Página 04 | 22 de Julho de 2014 Resultado de um extenso trabalho de pesquisa, recuperação e análise de textos antigos, nesta obra faz um precioso registro de “As Pastorinhas”, auto natalino tradicionalmente representado na cidade de Pirenópolis, interior de Goiás. Além de registrarem o texto original do auto, no livro estão transcritas as partituras das canções. O auto, que traz uma singeleza quase primitiva, é dividido em três atos, alternando falas e cantigas e como manda a tradição, narra a história do grupo de pastores que partiu de Jerusalém para saudar o nascimento…

MEMÓRIAS COM MANUEL ANTÔNIO DE ALMEIDA

João Luiz Marques | Revista ANL | O escritor e sua obra | Julho de 2014 Outro dia vi uma lista curiosa na internet (www.revista- bula.com): “30 livros de autores brasileiros para morrer antes de ler”. Notem que essa lista é de livros que não devem ser lidos! Estranhei… Meu saudoso Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida, que tanta alegria me deu no colegial, fazia parte dessa lista. Que injustiça! Nos tempos do meu ensino médio só líamos os clássicos, literatura contemporânea não fazia parte do currículo. Era difícil para um jovem romper a barreira do tempo e gostar…

Cinco Tumblrs de arquitetura que farão você repensar sua cidade e como você vive!

A arquitetura é uma daquelas profissões que você pode passar horas imerso em diferentes sensações, mesmo não sendo um arquiteto ou um estudante. Cores, desenhos, paisagens e as próprias pessoas se misturam criando um complexo conjunto de uma obra só. Em nossa busca por blogs de arquitetura que farão você aumentar suas fontes de referências ou te fazer pensar seriamente em deixar tudo para trás e comprar uma van para conhecer o mundo, encontramos cinco Tumblrs onde a palavra arquitetura e tudo que ela representa pode ser encontrada em diferentes formatos e contextos.     Fabricio Moura Indicado na revista…

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O vocabulário de Stradelli

Evaldo Ferreira | Jornal do Commercio | Estilo de Vida | Caderno C | Julho de 2014 Livro escrito no século 19 é reeditado e apresenta dicionário, em Nheengatu Os amazonenses não sabem, mas temos uma língua falada no vale do rio Negro que um dia foi praticamente a língua da Amazônia, o nheengatu, ou língua geral. O nheengatu surgiu em tempos que se perderam, derivado do tronco tupi como uma evolução natural da língua geral setentrional. Os colonizadores portugueses até tentaram proibi-lo mas, em não conseguindo, acabaram por achar melhor utilizá-lo como veículo de comunicação para suas catequeses, ações sociais e políticas…