‘Os Sertões’, de Euclides da Cunha, ganha reedição em 2022 pela Ateliê Editorial

No dia 20 de janeiro de 1866 nascia Euclides da Cunha. Para celebrar a data, a Ateliê Editorial anuncia que fará a reimpressão, neste ano, da famosa edição da obra Os Sertões – Campanha de Canudos, com edição, prefácio, cronologia, notas, iconografia e índices pelo professor Leopoldo Bernucci. O livro, é um coedição com SESI-SP editora.

A edição da Ateliê Editorial de Os Sertões foi revista e ampliada e, até hoje, é a mais completa do clássico de Euclides da Cunha. Além do texto rigorosamente restaurado conforme as fontes mais autorizadas, possui cerca de três mil notas, auxiliando o esclarecimento do difícil vocabulário euclidiano. Originalmente publicada em 2001, é a primeira edição com minucioso e inédito índice onomástico de lugares e pessoas; acurada cronologia da vida e obra do autor; vinte e quatro páginas de iconografia, com informações desconhecidas sobre o assunto; e prefácio elucidativo do organizador, Prof. Leopoldo Bernucci, que aborda o problema das diferentes linguagens de Os Sertões e de suas qualidades artísticas.

Euclides da Cunha

Euclides Rodrigues da Cunha (1866-1909) foi engenheiro, jornalista, historiador e escritor brasileiro. Em 1883 ingressa no Colégio Aquino, onde foi aluno de Benjamin Constant, que muito influenciou a sua formação introduzindo lhe à filosofia positivista. Em 1885, ingressa na Escola Politécnica, e no ano seguinte, na Escola Militar da Praia Vermelha, onde novamente encontra Benjamin Constant como professor. Contagiado pelo ardor republicano dos cadetes e de Benjamin Constant, durante uma revista às tropas atirou sua espada aos pés do ministro da Guerra. A Escola tentou atribuir o ato à “fadiga por excesso de estudo”, mas Euclides negou-se a aceitar esse veredito e reiterou suas convicções republicanas. Por esse ato de rebeldia, foi julgado pelo Conselho de Disciplina. Em 1888, desligou-se do Exército. Participou ativamente da propaganda republicana no jornal A Província de S. Paulo. Durante a fase inicial da Guerra de Canudos, em 1897, Euclides escreveu dois artigos intitulados A Nossa Vendeia que lhe valeram um convite d’O Estado de S. Paulo para presenciar o final do conflito como correspondente de guerra. Isso porque ele considerava, como muitos republicanos à época, que o movimento de Antônio Conselheiro tinha a pretensão de restaurar a monarquia. Dessa sua visita a Canudos surge sua obra-prima Os Sertões.

CONFIRA AS OBRAS SOBRE EUCLIDES DA CUNHA PUBLICADAS PELA ATELIÊ EDITORIAL

Euclides da Cunha: Uma Odisseia nos Trópicos

Alguns biógrafos sugerem um Euclides herói, embora maltratado pela vida. Este livro abandona os mitos e dá destaque ao gênio sem separá-lo de suas misérias. Frederic Amory dedicou-se como poucos a entender a personalidade e as ideias do autor de Os Sertões. Para isso ele confrontou, de modo rigoroso e objetivo, as problemáticas fontes de informação sobre o escritor. Esta biografia aprofunda e esclarece aspectos da vida e da obra de Euclides da Cunha até então pouco estudados. Prêmio Jabuti de Biografia, 2010, e Prêmio Euclides da Cunha da Academia Brasileira de Letras, 2009.

O Pai

A morte de Euclides da Cunha foi um fato marcante do início do século XX. O então cadete Dilermano de Assis, com quem o escritor trocou tiros, casou-se com Ana, viúva de Euclides. Dirce Cavalcanti é a filha que o general Dilermano teve depois de se separar de Ana. Pelos olhos de criança e depois adolescente, seguimos a dolorosa tomada de consciência de ser “a filha do assassino”. No decorrer do depoimento, acompanhamos como ela perdeu e recuperou a estima pelo pai, protagonista da tragédia.

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