Elegia Grega Arcaica – Uma Antologia: Teógnis e Teognideia

Dando continuidade na apresentação dos poetas que fazem parte da obra Elegia Grega Arcaica – Uma Antologia, organizada e traduzida por Giuliana Ragusa e Rafael Brunhara, no Blog da Ateliê. O livro foi publicado em parceria Ateliê Editorial e Editora Mnêma. Conheça mais sobre o título no site da Ateliê Editorial (CLIQUE AQUI).

Teógnis e Teognideia

Falar a respeito da vida e da cronologia de Téognis de Mégara, mais do que no caso de qualquer outro poeta desta antologia, é tarefa complexa e, no limite, infrutífera. Não se trata de negar a existência histórica desta figura que tão enfaticamente se anuncia em seus próprios versos (22-23: “estes são os versos de Teógnis de Mégara / assim nomeado por toda a gente”), mas de reconhecer que nem todos os poemas atribuídos ao megarense pertenciam-lhe. Quando falamos “Teógnis”, estamos, na verdade, falando da Teognideia – uma coleção, ou como a denominam os estudiosos, Sylloge, de poemas elegíacos situados, segundo o editor1 , em um arco cronológico que vai dos séculos vii a v a.C. Esta coleção é a maior fonte de preservação da elegia grega – tendo sobrevivido em numerosos manuscritos medievais – e contém uma ampla seção de 1230 versos, com poemas predominantemente ético-morais no dito Livro i, e no Livro ii, 159 versos de matéria erótica.

O LIVRO

Das elegias da Grécia Arcaica (séculos VIII-V a.C.) ouvimos, entre outras, as vozes de Sólon, criticando os excessos das oligarquias e pavimentando a trilha à democracia; de Tirteu, Calino e Simônides, enaltecendo homens comuns ao status de guerreiros épicos; de Arquíloco, dizendo que melhor do que ser épico é estar vivo; de Mimnermo, celebrando o mundo de Afrodite e seus prazeres; de Teógnis, mostrando as alianças, traições e afetos que agitam um mundo em transformação. Como gênero poético destacadamente versátil, a elegia nos permite conhecer os mais variados aspectos da existência do indivíduo na pólis.

‘Elegia Grega Arcaica – Uma Antologia’, edição bilíngue, apresenta o que para nós é o alvorecer desta tradição poética, cuja recepção até hoje se estende, e os seus principais poetas, no original e em rigorosas traduções de Rafael Brunhara e Giuliana Ragusa. Acompanham-nas textos introdutórios, bem como alentados comentários sobre as nuances poéticas do original e o contexto histórico, linguístico e cultural subjacente a cada poema – esforço raro em antologias deste tipo –, num convite tanto ao leitor contemporâneo de poesia, quanto ao estudante que se inicia nos estudos clássicos.

LANÇAMENTO

Assista a live de lançamento da obra Elegia Grega Arcaica: Uma Antologia, de Giuliana Ragusa e Rafael Brunhara, publicada em parceria Ateliê Editorial e Editora Mnêma. Além dos autores, o bate-papo contou com a participação de João Ângelo Oliva, Alexandre Hasegawa e Plinio Martins Filho. A mediação foi do escritor e jornalista Jorge Ialanji Filholini. Assista no YouTube da Ateliê Editorial.

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