‘Elegia Grega Arcaica – Uma Antologia’: Mimnermo

Nesta semana, no Blog da Ateliê, iremos apresentar os poetas que fazem parte da obra Elegia Grega Arcaica – Uma Antologia, organizada e traduzida por Giuliana Ragusa e Rafael Brunhara. O livro foi publicado em parceria Ateliê Editorial e Editora Mnêma. Conheça mais sobre o título no site da Ateliê Editorial (CLIQUE AQUI).

MIMNERMO

Poeta elegíaco ativo em c. 630 a.C., Mimnermo seria mais provavelmente originário de Esmirna, colônia grega na fronteira entre as regiões da Eólida e da Jônia, mas testemunhos antigos também indicam Cólofon, na segunda região, como cidade de sua procedência. O fato de que compôs um poema elegíaco narrativo histórico chamado Esmirneida – do qual temos os Fragmentos 13a, que refere esse poema-livro, e 14, aqui traduzidos –, e o Fragmento 9, relatando o modo violento e excessivo com que líderes colofônios invadiram a cidade esmirnense – ambos reforçam a primeira opção1.

O pequeno corpus de 32 fragmentos elegíacos de Mimnermo, a maioria preservada em citações (fontes de transmissão indireta), relaciona-se ainda a um segundo título – e dois teriam sido seus livros de elegias. Trata-se de Nanó, de temática variada e performance simposiástica prevalente, ao contrário do que se dá na Esmirneida, elegia centrada na fundação da cidade, com caráter mítico, e provavelmente destinada à performance em competição num festival público cívico-religioso. Nas fontes, os Fragmentos 4, 5 e 12 são atribuídos ao livro Nanó, nome que o anedotário antigo – suas biografias ficionalizantes – dão à tocadora de aulo, que seria sua amante, acompanhando seus versos nos simpósios.

Mimnermo

O LIVRO

Das elegias da Grécia Arcaica (séculos VIII-V a.C.) ouvimos, entre outras, as vozes de Sólon, criticando os excessos das oligarquias e pavimentando a trilha à democracia; de Tirteu, Calino e Simônides, enaltecendo homens comuns ao status de guerreiros épicos; de Arquíloco, dizendo que melhor do que ser épico é estar vivo; de Mimnermo, celebrando o mundo de Afrodite e seus prazeres; de Teógnis, mostrando as alianças, traições e afetos que agitam um mundo em transformação. Como gênero poético destacadamente versátil, a elegia nos permite conhecer os mais variados aspectos da existência do indivíduo na pólis.

‘Elegia Grega Arcaica – Uma Antologia’, edição bilíngue, apresenta o que para nós é o alvorecer desta tradição poética, cuja recepção até hoje se estende, e os seus principais poetas, no original e em rigorosas traduções de Rafael Brunhara e Giuliana Ragusa. Acompanham-nas textos introdutórios, bem como alentados comentários sobre as nuances poéticas do original e o contexto histórico, linguístico e cultural subjacente a cada poema – esforço raro em antologias deste tipo –, num convite tanto ao leitor contemporâneo de poesia, quanto ao estudante que se inicia nos estudos clássicos.

LANÇAMENTO

Assista a live de lançamento da obra Elegia Grega Arcaica: Uma Antologia, de Giuliana Ragusa e Rafael Brunhara, publicada em parceria Ateliê Editorial e Editora Mnêma. Além dos autores, o bate-papo contou com a participação de João Ângelo Oliva, Alexandre Hasegawa e Plinio Martins Filho. A mediação foi do escritor e jornalista Jorge Ialanji Filholini. Assista no YouTube da Ateliê Editorial.

Deixe uma resposta