‘Elegia Grega Arcaica – Uma Antologia’: Calino de Éfeso

Nesta semana, no Blog da Ateliê, iremos apresentar os poetas que fazem parte da obra Elegia Grega Arcaica – Uma Antologia, organizada e traduzida por Giuliana Ragusa e Rafael Brunhara. O livro foi publicado em parceria Ateliê Editorial e Editora Mnêma. Conheça mais sobre o título no site da Ateliê Editorial (CLIQUE AQUI).

CALINO DE ÉFESO

Calino (ativo em c. 650 a.C.), Tirteu e Arquíloco são os primeiros poetas elegíacos de que temos notícia. Virtualmente contemporâneos, é provável que o primeiro seja o mais antigo. Sua datação é inferida por referência na Geografia (xiii, 4, 8) de Estrabão (séculos i a.C.–i d.C.), que cita o Fragmento 5a e mostra que Calino tinha conhecimento dos cimérios e dos treres, tribo proveniente da Trácia e responsável pela queda de Sárdis, capital da Lídia (Ásia Menor), em 652 a.C.; com tal vitória, esse povo teria em seguida assolado outras cidades da Ásia
Menor, dentre elas, na região da Jônia, Éfeso, a pátria do poeta.

A anterioridade de Calino em relação a Arquíloco é defendida pelo próprio Estrabão (xiv, 1, 40), ao mencionar uma guerra entre magnésios e cimérios. Embora não haja um consenso sobre qual seria esta guerra, Estrabão sugere a antiguidade do poeta, porque Calino, em seus poemas, teria reconhecido os magnésios como povo ainda próspero, previamente à sua destruição completa já indicada em Arquíloco, que fala em um poema dos “males dos magnésios” (τὰΜαγνήτων κακά).

Calino de Éfeso

O LIVRO

Das elegias da Grécia Arcaica (séculos VIII-V a.C.) ouvimos, entre outras, as vozes de Sólon, criticando os excessos das oligarquias e pavimentando a trilha à democracia; de Tirteu, Calino e Simônides, enaltecendo homens comuns ao status de guerreiros épicos; de Arquíloco, dizendo que melhor do que ser épico é estar vivo; de Mimnermo, celebrando o mundo de Afrodite e seus prazeres; de Teógnis, mostrando as alianças, traições e afetos que agitam um mundo em transformação. Como gênero poético destacadamente versátil, a elegia nos permite conhecer os mais variados aspectos da existência do indivíduo na pólis.

‘Elegia Grega Arcaica – Uma Antologia’, edição bilíngue, apresenta o que para nós é o alvorecer desta tradição poética, cuja recepção até hoje se estende, e os seus principais poetas, no original e em rigorosas traduções de Rafael Brunhara e Giuliana Ragusa. Acompanham-nas textos introdutórios, bem como alentados comentários sobre as nuances poéticas do original e o contexto histórico, linguístico e cultural subjacente a cada poema – esforço raro em antologias deste tipo –, num convite tanto ao leitor contemporâneo de poesia, quanto ao estudante que se inicia nos estudos clássicos.

LANÇAMENTO

Assista a live de lançamento da obra Elegia Grega Arcaica: Uma Antologia, de Giuliana Ragusa e Rafael Brunhara, publicada em parceria Ateliê Editorial e Editora Mnêma. Além dos autores, o bate-papo contou com a participação de João Ângelo Oliva, Alexandre Hasegawa e Plinio Martins Filho. A mediação foi do escritor e jornalista Jorge Ialanji Filholini. Assista no YouTube da Ateliê Editorial.

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