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Neoclassicismo na lírica brasileira moderna

O que vem por aí? Muita gente tem feito esta pergunta, querendo saber sobre quais os próximos lançamentos da Ateliê e sobre o que esperar para o futuro. Como muitas novidades devem chegar em breve, para satisfazer a curiosidade dos nossos leitores – ou para aguçá-la ainda mais – o Blog da Ateliê resolveu fazer uma série de entrevistas com autores de obras que a editora deve lançar em breve.

Vagner Camilo

Desta vez, o assunto é o novo livro do professor de Literatura Brasileira da Universidade de São Paulo (USP) Vagner Camilo, autor de Risos entre pares: poesia e humor românticos (EDUSP, 1997); de Drummond da Rosa do Povo à Rosa das Trevas (Ateliê Editorial; prêmio ANPOLL 2000), entre outros. Pesquisador das relações entre lírica e sociedade; a recepção de correntes críticas no Brasil (como o new criticism); e as interlocuções marcantes de alguns dos principais românticos e modernistas brasileiros com poetas franceses e ingleses. Atualmente, ele desenvolve pesquisa, com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), sobre a vertente neoclássicas nas modernas líricas brasileira e argentina. Camilo lança, em breve, A Modernidade entre Tapumes: da Poesia Social à Inflexão Neoclássica na Lírica Brasileira Moderna.  

O livro aborda a tendência formalista que é típica da poesia brasileira das décadas de 1940 e 1950, a partir da obra de poetas da época. Essa discussão tem origem em outra obra de Camilo, Drummond: da Rosa do Povo à Rosa das Trevas, que tratava da guinada poética do poeta mineiro e de como a crítica a recebeu naquele momento histórico.

A partir dessa perspectiva, o leitor poderá entender melhor relevância estética e histórica de momentos decisivos, de virada, que acontecem de tempos em tempos a alguns autores e suas obras. “A tendência neoclássica na lírica do pós-guerra de Carlos Drummond de Andrade, Murilo Mendes, Jorge de Lima e Augusto Meyer é examinada aqui com base nos paradigmas internacionais e por meio do confronto com o programa da Geração de 1945, a fim de se refletir sobre a lógica da dinâmica histórica e o sentido desses retornos”, informa a quarta capa do livro.

“O percurso descrito no livro transita de uma das conquistas mais exitosas das reivindicações modernistas das décadas anteriores, alcançada pelo empenho participante de Drummond, para seguir como mergulho fundo e demorado, ao longo de oito capítulo, no exame da crise que se abateu sobre tais conquistas, devido a sua rotinização e à perda de sua força vital, até se espraiarnas águas e no vale do São Francisco, resgatando o projeto modernista de denúncia das mazelasdo Brasil profundo, reposto, no auge da reabilitação neoclássica, em clave elegíaca e em uma linguagem cujo cariz aparentemente extemporâneo, não embota seu vigore contundência crítica”.

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