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Vida de Eça de Queiroz é esmiuçada em caprichada biografia

Elemara Duarte | Hoje em Dia | Domingo | Página 05 | 20 de Julho de 2014

16x23 - 35mm lombada

 

Outro lançamento sobre um escritor da terra do descobridores do Brasil chega às livrarias: “Eça de Queiroz: Uma Biografia ” (coedição Ateliê Editorial e Unicamp, 600 páginas, R$ 110). Trata-se de mais um livro do especialista em estudos queirozianos, o português Alfredo Campos Matos.

A biografia de Eça de Queiroz (1845-1900) foi originalmente publicada na França e em seguida, com edição ampliada, em Portugal, em 2009. A edição brasileira também recebeu acréscimos. Nela, o autor introduziu informações aos retratos psicológicos de Eça e de Emília de Castro, a mulher dele.

Outras pitadas biográficas novas se referem aos anos do escritor como estudante, no Porto. Completam o megalivro (de capa dura), vários textos de críticos da obra de Eça, dinamizando a pesquisa do biógrafo, um arquiteto por formação.

O autor de romances como “O Primo Basílio ” (1878) e “Os Maias ” (1888), ambos inspiradores de dramaturgias televisivas nacionais, nunca veio ao Brasil mas com poucos meses passou a ser criado por sua ama e madrinha brasileira, a costureira pernambucana Ana Joaquina Leal de Barros, e junto aos avós paternos. Eça viveu sob os cuidados de Ana até os cinco anos, quando ela morreu.

Outra relação com o Brasil vem da parte do avô dele, José Joaquim de Queiroz e Almeida, que refugiara-se no Rio de Janeiro, na época das lutas liberais. Em terras cariocas, em 1820, nasceu José Maria de Almeida Teixeira de Queirós, pai do romancista. Anos depois, a família retornou para Portugal.

Eça foi rejeitado pela mãe, Carolina Augusta Pereira d’Eça, uma jovem de 19 anos que se envolveu com o pai do romancista, mais velho do que ela. Anos depois, eles acabaram se casando e o reconheceram. A biografia é ricamente detalhada sobre este processo, trazendo, por exemplo, a carta do pai à mãe de Eça, explicando-a sobre o porquê de estar ignorando o nome dela no registro da criança, seguindo conselhos do avô.

“Isto é essencial para o futuro de meu filho, e para que, no caso de se verificar o meu casamento consigo – o que talvez haja de acontecer brevemente –, não seja ‘precisa’ sem tempo algum justificação de filiação”, cita a biografia.

Conheça mais sobre a obra Eça de Queiroz: Uma Biografia

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