|

Vocabulário Português-Nheengatu – Nheengatu-Português, de Ermanno Stradelli

Ateliê Editorial | Assessoria de Imprensa

Vocabulário Português-Nheengatu – Nheengatu-PortuguêsO livro preenche lacuna no conhecimento da língua que falamos hoje no Brasil, palavras como pipoca, paçoca, cuia, carioca, caipira, entre outras; e pronúncias como oreia, cuié, muié, e outras tantas, tem origem no nheengatu, a língua geral das populações da bacia amazônica e, ainda, oficial em região do Alto Rio Negro

Quando morreu em 1926, Ermanno Stradelli deixou sua obra, o Vocabulário Português-Nheengatu – Nheengatu-Português, inédita, e só foi publicada postumamente, em formato de revista, pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, em 1929. Para o leitor de hoje esta edição da Ateliê Editorial ajuda a desmascarar um dos mais persistentes mitos da história brasileira: o do monolinguismo. Quem quer que tenha estudado em escola brasileira sabe que o atual caráter hegemônico e oficial da língua portuguesa é comumente projetado para trás, como se, a partir da catequização de Anchieta todos os habitantes das mais variadas regiões do país não falassem senão uma língua, o português. Tais versões da história se esquecem não apenas das várias línguas nativas usadas, ainda hoje, por grupos indígenas em várias partes do país, mas sobretudo que, durante três séculos de colonização, o português teve que disputar o lugar de língua mais falada com o nheengatu, que era utilizado não só por jesuítas e indígenas, mas também por mulheres, crianças, escravos, e muitos daqueles que não pertenciam às classes dominantes. Na verdade, em certas áreas da Amazônia, o nheengatu ainda hoje é falado como língua franca, embora em menor escala do que há um século.

Longe de sermos um país monolíngue, no que respeita a fala cotidiana generalizada em todo o território nacional, somos um país bilíngue. No português que herdamos de Portugal, os brasileiros infiltraram uma segunda língua, popular, o nheengatu, que se falava aqui, duas vezes proibida por Portugal aos brasileiros, em 1727 e em 1757. Não obstante, impregnou com sons e palavras a língua oficial e dominante, até então língua de repartição pública. O nheengatu (língua boa) ainda é falado em várias regiões e é, até mesmo, língua oficial em São Gabriel da Cachoeira, no Alto Rio Negro (José de Souza Martins).

Ermanno Stradelli nasceu em 1852, herdeiro de uma antiga família nobre da cidade de Borgotaro – atualmente na província de Parma, Itália –, seu pai recebeu o título de conde pouco antes de seu nascimento e Ermanno, como filho primogênito, herdou o título. Deixou sua confortável e abastada vida na Itália, interrompeu seus estudos em Direito e veio para o Brasil. Depois de uma temporada por aqui, voltou à terra natal para concluir seus estudos e, em 1888, estabeleceu-se definitivamente no Estado do Amazonas. Inicialmente, trabalhou como fotógrafo, virou comerciante em Manaus e passou a conviver com os missionários franciscanos italianos, percorrendo com eles o rio Purus e seus afluentes, foi quando conheceu o nheengatu cujo estudo e pesquisa o acompanhou pelo resto de vida. Naturalizou-se brasileiro em 1893 e tornou-se promotor público em Lábrea e Tefé, no Amazonas. Na elaboração desta obra, valeu-se do auxílio de um qualificado informante indígena, nheengatu falante, mas ele próprio era fluente nessa língua, cujas culturas regional e indígena de referência conhecia extensamente. Viveu por 43 anos no Brasil e faleceu em 1926, solitário, confinado num rancho do leprosário de Umirizal, em Manaus.

Acesse o livro na loja virtual da Ateliê

***

ISBN: 978-85-7480-638-9
Medidas: 16 x 23 cm
Páginas: 536
Edição: 1ª
Ano: 2014
Assunto: Linguística, Dicionário
Encadernação: Brochura
Preço: R$ 72,00

***

5 Comentários


  1. Essa publicação é uma reprografia da versão de 1929, ou foi feito algum trabalho de atualização ortográfica? Afinal, tanto o português, quanto o Nheengatu, sofreram modificações desde o lançamento da obra de Stradelli.


  2. por favor, tambem preciso saber se foi refeito, de acordo com o falado da atualidade. pois desde o tempo de Stradelli houve muitas mudanças no portugues como principalmente no nheengatu

Deixe uma resposta para Aureo FerreiraCancelar resposta