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Insólita Metrópole – São Paulo nas Crônicas de Paulo Bomfim

Organizados por Ana Luiza Martins e selecionados pelo próprio autor, os textos de Paulo Bomfim e as imagens históricas de São Paulo que compõem este livro transportam o leitor para tempos e atmosferas da cidade, mostrando partes de seu processo histórico, e traduzindo a singularidade de seus espaços, de sua gente e de sua tão controvertida beleza.

Ana Luiza MartinsEstas crônicas de Paulo Bomfim são crônicas do cotidiano do mais emblemático morador de São Paulo. Um paulistano que é poeta e que, por isso, tem o dom de ver o que não vemos, muito além do que é rotineiro e reiterativo. E isso muda tudo. Ao restituir a história e o belo ao vivido de todo dia, Paulo Bomfim desconstrói esse cotidiano, remete o que na vida comum e repetitiva não tem sentido ao que sentido tem. Expõe as cores que o cinzento oculta, o que perdura naquilo que para os outros é passageiro. Os relacionamentos do cotidiano do Paulo menino e do Paulo jovem são os relacionamentos referenciais do parentesco próximo e distante, da família extensa dos paulistas de velha cepa, os que ficam para que a mudança necessária não se extravie nos descaminhos do acaso, do descaso e do esquecimento. A trama desse parentesco idílico atravessa todas as crônicas deste livro, como memória de uma São Paulo que, de muitos modos permanece, no coração de tantos, como cinzel que desbasta os excessos da modernidade e os descabimentos da indiferença e do utilitarismo. (José de Souza Martins)

O livro Insólita Metrópole – São Paulo nas Crônicas de Paulo Bomfim, “organizado pela sensibilidade de Ana Luiza Martins, leva-nos a conhecer o coração da metrópole paulistana a partir de seus personagens, das dezenas de pessoas que perpassam a vida e as lembranças do poeta símbolo da capital paulista. Uma São Paulo de múltiplos agentes, que se encontram nas salas de visitas, nas salas de aula, nos bares, nos clubes, nas bibliotecas, nos gabinetes de trabalho, nas exposições de arte, nas livrarias. A intensa vida social que animava os espaços públicos contrastava e completava a hospitalidade das casas e dos apartamentos de portas abertas aos amigos e parentes. Uma São Paulo que, conquanto metrópole, guardava (e ainda guarda) a riqueza emanada dos vínculos entre seus habitantes, traços dos tempos e escalas provincianos, que ajudam contrapor sua aparente frieza”. (Paulo César Garcez Marins)

Paulo Lebeis Bomfim nasceu em São Paulo, em 1926, é poeta, membro da Academia Paulista de Letras, e ficou conhecido como O Príncipe dos Poetas Brasileiros. Iniciou sua carreira literária escrevendo no Diário de São Paulo, no Correio Paulistano e Diário de Notícias. Seu primeiro livro de poemas, Antônio Triste, lançado em 1946, com ilustrações de Tarsila do Amaral, recebeu o Prêmio Olavo Bilac, concedido pela Academia Brasileira de Letras, em 1947. Também escreveu contos, crônicas e paralelamente, atuou como produtor de rádio e televisão. Foi curador da Fundação Padre Anchieta e presidente do Conselho Estadual de Cultura de São Paulo.

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Ana Luiza Martins é doutora em História Social pela FFLCH-USP, historiógrafa da Secretaria de Estado da Cultura (SP) e conselheira do Condephaat.

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