
Morre o poeta Affonso Ávila (1928-2012)
by Daniel De Luccas • • 0 Comments

4 livros da Ateliê estão entre os finalistas do Prêmio Jabuti 2012, nas categorias Projeto Gráfico, Poesia, Tradução e Turismo. Em outubro devem ser anunciados os 3 melhores livros de 2011 de cada uma das 29 categorias. Veja abaixo os livros da Ateliê que concorrem ao Prêmio:
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50 Livrarias de Buenos Aires, de Adriana Marcolini
Este guia contém informações básicas e histórias saborosas sobre as 50 livrarias portenhas selecionadas pela autora. Inclui desde as enormes, que lembram um supermercado, até as pequenas, superacolhedoras. Há ainda as librerías de saldo, que vendem obras esgotadas, as de viejo, equivalentes aos nossos sebos, e as antiquárias. Traz mapas de localização das livrarias e muitas dicas. A obra é inédita no Brasil e rende homenagem ao título de Capital Mundial do Livro (abril 2011/abril 2012), conferido a Buenos Aires pela Unesco – a cidade possui uma livraria para cada seis mil habitantes.
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Fotografias Alejandro Lipszyc
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Veja a lista com todos os finalistas do Prêmio Jabuti
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Rodrigo Lacerda
Para livrar-se de um feitiço que a impede de amar, uma jovem inglesa do século XVII recorre aos mais diversos tratamentos – até conhecer o poder curativo do teatro. Narrada com humor refinado, a história tem Shakespeare como um dos personagens. O Mistério do Leão Rampante foi o primeiro livro editado pela Ateliê Editorial. Estreia de Rodrigo Lacerda na ficção, recebeu os prêmios Jabuti (1996) e Caixa Econômica Federal/CBN de Autor Revelação (1995). Foi traduzido para o italiano e para o inglês.
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Romance, Literatura brasileira, Humor
Prêmio Jabuti 1996
Prêmio Caixa Econômica/CBN de Autor Revelação 1995
Textos João Ubaldo Ribeiro e João Antonio
Ilustrações Negreiros
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de R$ 62,00 | por R$ 46,5
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Renato Tardivo
Os Privilégios, de Stendhal, autor do célebre romance O Vermelho e o Negro, é um livro importante e curioso, uma vez que, como aponta a tradutora Jerusa Pires Ferreira no prefácio, “nos espantamos em razão das singularidades encontradas”. Mas de que se trata?
O escritor realista adquire, em Os Privilégios, um sopro romântico. Os textos foram escritos dois anos antes de sua morte – e publicados vinte anos depois. Estaria Stendhal reivindicando o privilégio da vida? Talvez.
O livro, cuidadosamente editado, divide-se em 23 artigos; fragmentos narrados em terceira pessoa, tendo “o privilegiado” como personagem principal. Tome-se um exemplo (Artigo 10):
“Na caça, oito vezes por ano, uma pequena bandeira indicará ao privilegiado, com uma légua de distância, a caça que vai existir e sua posição exata.
Um segundo antes que a caça parta, a pequena bandeira se iluminará; bem entendido que essa bandeira será invisível a toda outra pessoa que não seja o privilegiado.”
Conforme se nota, o privilegiado (e só ele) é contemplado com uma série de concessões (praticamente) impossíveis. É esta a tônica dos demais fragmentos, como o 14º, de teor metalinguístico:
“Se o privilegiado quisesse contar ou revelasse um dos artigos de seu privilégio, sua boca não poderia formar nenhum som e ele teria dor de dentes durante vinte e quatro horas.”
Com efeito, há que se ter o cuidado, sempre, para não tomar a obra de arte pela vida do autor e vice-versa. Pensemos, pois, em outros livros de Stendhal – além do já mencionado O Vermelho e o Negro, A Cartuxa de Parma, também referidos no prefácio da presente edição. Se o tom desses Privilégios destoa do realismo dos romances mais conhecidos, talvez, por outro lado, as concessões-limite presentes nos artigos tragam pelo avesso – por meio da ironia, do invisível ou mesmo do impensado – o lado realista desse escritor genial.
Por fim, em tempos de mensagens curtas e dos mais variados registros instantâneos, a leitura de Os Privilégios (livro do século XIX) torna-se ainda mais relevante, à medida que acrescenta à reflexão acerca dos rumos que estamos dando ao nosso maior privilégio – a linguagem.
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Renato Tardivo é mestre e doutorando em Psicologia Social da Arte pela USP e escritor. Atua na interface entre a estética, a fenomenologia e a psicanálise. Foi professor universitário e é autor dos livros de contos Do Avesso (Com-Arte) e Silente (7 Letras).
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