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Égloga da Maçã – Affonso Ávila

Égloga de Maçã - Affonso ÁvillaPela Ateliê Editorial o poeta, ensaísta e crítico literário também já publicou o livro Cantigas do Falso Alfonso El Sabio, ganhador do Jabuti de Poesia em 2007 e um dos 10 finalistas do Prêmio Portugal Telecom no mesmo ano

Nessa nova coletânea, à moda dos poetas renascentistas, Affonso Ávila reconhece (pelo amor) uma maçã – assim como Clarice Lispector, com o seu mote “como se agora, estendendo a mão no escuro e pegando uma maçã, ele reconhece nos dedos desajeitados pelo amor de uma maçã”. O poeta desenvolve églogas sobre a maçã. Mas não é uma maçã qualquer: é a visão idealizada que a égloga sugere, ora idílica, ora arcádica, ora contemporânea e crua de uma maçã milenar em seu “lento desfiar de fluxos”. Desde o organismo ofídico da eva-maçã primeva, a visão da maçã percorre o tempo e chega, através dos séculos, pela voz do poeta, ao nosso mundo, por mais midiático e acidentado, como “bem-vinda eva doce ou astuta/appassionata sábia fruta”.

Como na poesia: “pobre coração que vindica / saída ainda audaz voz lírica / a ele caiba a redundância / do haver comido maçã e ânsia / e hoje balbuciar tom de cio / e percorrido solo de estio / bem-vinda eva doce ou astuta / appassionata sábia fruta / – BIS BRAVO APLAUSO BEETHOVEN / SÃO OS SONS DA MAÇÃ O QUE SE OUVE”

Affonso Ávila nasceu em Belo Horizonte em 1928. Além de poeta, é ensaísta e crítico literário, especialista no barroco mineiro. Fundou nos anos 1950 a revista Tendência e no final dos anos 1960 a revista Barroco, que dirige até hoje. É considerado um dos mais importantes poetas brasileiros contemporâneos. Teve participação ativa em importantes movimentos literários, foi criador do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais e de uma linha de pesquisas e ensaios cujo enfoque é o Barroco no Brasil, principalmente do Barroco mineiro. Foi organizador da Semana de Poesia de Vanguarda, um importante evento realizado em 1963, e vencedor de diversos prêmios – entre eles o Prêmio Jabuti, com O Visto e o Imaginado e também com Cantigas do Falso Alfonso El Sabio. Entre suas obras estão: O Açude, Sonetos da Descoberta, Carta do Solo, Código de Minas, Poesia Anterior, e A Lógica do Erro.

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