Mês: fevereiro 2012

Conto: O dia em que matei o caçador

. Gil Perini O Afinador de Passarinhos . – A Duquesa ficou louca! Assim, sem um alô nem nada, o Codé me recebeu na porta da casa, assustado. Não teve abraço, gritaria, nada dessas comemorações barulhentas que a italianada costuma fazer nos reencontros. Eu tinha acabado de chegar. Desembarquei da Mogiana, deixei a mala na chácara da beira da linha e desci. A velha Santa Rita lá, dentro do buraco, esparramada pelas encostas suaves que margeiam os dois córregos, semelhava cadáver insepulto abandonado em cova rasa. Casario decadente, torres de igrejas, mangueiras nos quintais. – Morreu? – Ainda não. Avança…

O Artista

Acabo de sair do cinema, onde optei – entre tantos filmes em cartaz que gostaria de ver – assistir a O Artista, com direção e roteiro de Michel Hazanavicius: um filme mudo sobre filmes mudos. A obra estreou no Brasil no último dia 10 e conta com dez indicações ao Oscar (entre elas, Melhor Filme, Melhor Roteiro Original e Melhor Atriz Coadjuvante – Bérénice Bejo) já tendo abocanhado três Globos de Ouro (Melhor Comédia/Musical, Melhor Ator – Jean Dujardin e Melhor Trilha Sonora). Já no letreiro de entrada uma viagem no tempo começa. Com as características letrinhas tremidas e barulhinho…

A Lição Aproveitada – Modernismo e Cinema em Mário Andrade #Semanade22

A partir de Amar,Verbo Intransitivo, obra-prima do Modernismo, livro mostra como Mário de Andrade “escreveu” um filme ou “viu” um livro e pode ajudar na leitura de qualquer outro filme O livro A Lição Aproveitada – Modernismo e Cinema em Mário de Andrade, escrito por João Manuel dos Santos Cunha e publicado pela Ateliê Editorial, foi originalmente a tese de doutoramento que o autor apresentou ao Curso de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS. Esta obra apresenta uma versão reduzida do que foi a tese, embora mantenha a estrutura, as hipóteses e as…

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Literatura e Psicanálise: O Alimento do Desejo

Escritas do Desejo – Crítica Literária e Psicanálise (Ateliê Editorial) é o tipo de livro indispensável àqueles que se interessam pela relação – fecunda e ambígua – entre literatura e psicanálise. Mas será útil também ao leitor que, interessado em cultura e ciências humanas, se dispuser a viajar, isto é, a lançar-se em busca do novo. Onze são os ensaios que compõem o volume – organizado por Cleusa Rios P. Passos e Yudith Rosembaum. Além das organizadoras, assinam os capítulos: Adélia Bezerra de Menezes, Leda Tenório da Motta, Noemi Moritz Kon, Camila Salles Gonçalves, Philippe Willemart, Renato Mezan, Leyla Perrone-Moisés,…

Professores, temos uma página exclusiva para vocês!

A Ateliê Editorial desenvolveu um ambiente virtual voltado para os professores, onde eles podem usufruir de benefícios especiais. Para ter acesso a essa Página do Professor, deve-se preencher o formulário do site e enviar um comprovante de vínculo com a instituição de ensino para [email protected] e aguardar pela liberação do cadastro. Após isso, basta o professor entrar no site da editora (www.atelie.com.br) e inserir as informações de login, para acessar a Página do Professor . Nesta página, o professor tem 50% de desconto em todos os livros (exceto o Dicionário Grego-Português) e pode solicitar livros para análise. Preencha o formulário aqui

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Livro Falado: Bruno Palma dialoga sobre sua tradução da obra de François Cheng

Bruno Palma participará do evento “Livro Falado” na Casa Guilherme de Almeida, no dia 25 de fevereiro A obra do poeta sino-francês François Cheng (1929) é um exercício tradutório entre sua cultura oriental, de origem, e ocidental, de exílio e escolha. Em Duplo Canto e Outros Poemas, Bruno Palma traduz uma amostra representativa da poesia de Cheng e transpõe para o português esse universo intercultural. O evento faz parte da série Livro Falado, que apresenta livros recém-editados ou a serem publicados em breve, por meio de um diálogo com o tradutor. A conversa abordará procedimentos tradutórios do livro em questão…

Interferências na escrita – parte 2 e final

Embora eu não goste da palavra “coincidência” e tenha de começar este texto com ela (logo na primeira linha!), assim pode ser chamado o curioso fato de que quando meu dedo indicador pressionou a primeira tecla, um trovão sacudiu as folhas metálicas da janela. Um novo jogo de boliche acontecendo nas pistas úmidas das nuvens, um novo pigarro – desta vez da cadeira onde me sento, ela reclamando de escoliose num espaldar nada lisonjeiro –, um novo pássaro que ora canta três notas iguais, ora quatro – e vou imaginando que ele dá um ligeiro salto em cada uma delas,…

O Pai de Max Bauer e Outros Contos – Marcos Rodrigues

Lançamento da Ateliê Editorial e da revista Brasileiros reúne narrativas curtas de Marcos Rodrigues publicadas mensalmente na revista Desde outubro de 2008, Marcos Rodrigues vem colaborando com a revista Brasileiros e traz sempre o seu olhar arguto sobre situações cotidianas. Na divisa entre o registro irreverente da crônica e a magia sintética do conto, suas narrativas, com espaço pré-definido de uma página, convidam o leitor a refletir sobre a mágica de algumas experiências aparentemente ordinárias, como no conto Um Grande Circo. “[…] as coisas do circo encantam porque são metáforas significativas para todos nós […] Quem já não enfiou a…

Hibridismos Musicais de Chico Science & Nação Zumbi – Herom Vargas

Guardião do mangue, o caranguejo preserva o equilíbrio do ecossistema, alimentando-se de detritos e oxigenando a lama ao revolvê-la. Não é à toa que se tornou uma das principais imagens do Manguebeat, movimento estético-musical de vanguarda criado por um grupo de jovens nos anos 90, entre eles, Chico Science, líder da banda Nação Zumbi, e um de seus principais mentores. Como o crustáceo, o Manguebeat se propôs a revolver a cena musical de Recife para arejá-la ao sopro das vanguardas pop e das tecnologias eletrônico-digitais, ligando-se também à cultura tradicional de Pernambuco, com criações híbridas nas quais influências distintas se…