Pedro Marques

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Entrando nos Clusters de Pedro Marques

Marcelo Veronese O título vem como que forjado na capa grossa, Clusters incrustado fundo com letras que parecem ter sido datilografadas numa máquina de escrever para não deixar as palavras lineares, para que no extremo início os caracteres já se vissem livres de qualquer objetivo, isentos de fazerem de sua união qualquer significado final, sem alvos, e ainda assim pesados, chumbo no papel duro, sulco no olho (que o dedo pode revelar plano, talvez) enquanto o nome do poeta desce pela margem direita, de lado, paralelo à esquerda cor de vinho (uma lombada caudalosa), nome como numa escrita vertical que…

Nasce um poeta

Cida Sepulveda “Uma brisa folheia o jardim…” Imagem inusitada e simples. Qual criança não saberia arriscar-se a uma interpretação? Trabalhando com jovens de 11 a 15 anos, tenho percebido o valor da poesia no estímulo à prática da leitura e escrita. A poesia, no sentido estrito, tem a vantagem de ser “não formal”, permite maior flexibilidade no tocante à compreensão e à própria produção textual de aprendizes da escrita. Então, quando leio um poema, meu primeiro pensamento é para o jovem leitor: ele conseguirá dialogar com estes versos? Essa prática me faz refletir sobre o sentido da escrita, ou seja,…

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Clusters, de Pedro Marques, na Revista Cult

Fonte: Poesia à Mão Clusters Pedro Marques Antes de reunir seus poemas neste primeiro livro, Pedro Marques já vinha de uma longa convivência com a poesia, não apenas como poeta, mas como editor – de revistas (Salamandra, Camaleoa e Lagartixa), sites, antologias -, como professor e pesquisador, tendo publicado, também pela Ateliê Editorial, Manuel Bandeira e a Música (2008). É essa convivência que se faz notar nas dez partes que compõem Clusters. A proximidade do estilo é com nossa tradição modernista, inclusive no modo de temperar o lirismo com a ironia é, por vezes, com uma espécie de humor comedido,…

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Antonio Miranda resenha Clusters, de Pedro Marques

Fonte: Antonio Miranda Resenha por Antonio Miranda . Sempre entendi cluster como um coletivo formado por forças convergentes em razão de alguma causalidade. Venho da Ciência da Informação e sempre acreditei que as leis que regem a informação na sociedade em geral, assim como no universo como um todo, também atuam no processo criativo e (também) na poesia. As palavras se aglomeram, vêm durante a formulação do texto (linear ou não), numa situação específica, irrepetível. Um poema acontece em tais circunstâncias. Um poeta está imerso nesta criação fractal, amalgamando um vocabulário comum para expressar-se sobre um algo que vai ser…