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O maior privilégio de todos

Alex Sens Meu avô materno Erich tinha os olhos mais claros e azuis de Wissembourg. A pele do rosto, lisa como um veludo frio e esticado sobre ossos proeminentes e fortes, descia pelas bochechas esteticamente côncavas, uma planície onde minhas pequenas mãos de cinco anos de idade pousavam. Quando jovem, o queixo quadrado, as maçãs do rosto e o maxilar simetricamente desenhado para a fotografia de uma época em que eu ainda não tinha nascido, eram a moldura de um sorriso que vinha muitas vezes tímido — não no sentido de vergonha, mas de segredo, de palavra misteriosa querendo escorregar…