Resenhas

Quando e por que o novo “vira” velho – e vice-versa
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Quando e por que o novo “vira” velho – e vice-versa

Marise Hansen* Quando provocado sobre a suposta superação do Modernismo dos anos 1920 e 1930, Carlos Drummond de Andrade respondeu com ironia, referindo-se à Geração de 1945 como o “novo”, e a si mesmo e seus pares como os “antigos”: “Este é o “novo” que se oferece hoje em substituição ao “antigo”, também chamado “modernista”. (Revista Orfeu, número 6, Rio de Janeiro, 1948) Essa e outras polêmicas são recolhidas e explicitadas por Vagner Camilo, crítico literário e professor de Literatura Brasileira da USP, no recém-lançado Modernidade entre Tapumes: da Poesia Social à Inflexão Neoclássica na Lírica Brasileira Moderna. As querelas…

Várias Histórias, contos de Machado de Assis
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Várias Histórias, contos de Machado de Assis

Renata de Albuquerque* A edição da Ateliê de Várias Histórias tem apresentação e notas de José de Paula Ramos Jr e ilustrações de Sérgio Kon. Este é o quinto livro de contos de Machado de Assis, lançado em livro no ano de 1896. Isso significa que, antes dele, já haviam sido lançadas obras fundamentais como Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881) e Quincas Borba (publicado em formato de folhetim entre 1886 e 1891; e reunido em livro em 1892). Essas informações ajudam o leitor a entender que Várias Histórias é um livro de contos especialmente instigante, escrito por um escritor…

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A Nebulosa, de Joaquim Manuel de Macedo

Nesta resenha, Maria Louzada, do perfil de Instagram @vidabrevelivrosdemais, escreve sobre A Nebulosa: Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882) escreveu mais de vinte romances, entre eles o popularíssimo e delicioso romance de costumes da sociedade carioca: A Moreninha, seu primeiro livro, publicado em 1844. Ele nasceu em Itaboraí, formou-se em medicina, foi deputado, foi professor do Colégio Pedro II, fundou uma revista (“Revista Guanabara”) ao lado de Gonçalves Dias, e exerceu o ofício da pena, como se dizia em seus tempos que foram os do período imperial do Brasil. De talento versátil, escreveu, afora os romances, também: teatro, memórias, e enveredou…

O Lugar Mais Longe da Morte
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O Lugar Mais Longe da Morte

Por: Renato Tardivo* Museu da Infância Eterna, de Miguel Sanches Neto, reúne crônicas escritas entre 2003 e 2011. Como indica o título, o tema da infância, presentificado sobretudo nas memórias do cronista acerca de seus primeiros anos de vida e em sua experiência com os filhos, atravessa a coletânea. De início, chama atenção a confluência entre o aspecto datado que, via de regra, marca o formato da crônica e a mistura de tempos que, liricamente, desenha a infância. Talvez por isso, alguns textos passem por excelentes contos. Lembro-me de ter experimentado algo parecido lendo as crônicas semanais de Carlos Heitor…

Esaú e Jacó: o penúltimo romance de Machado de Assis
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Esaú e Jacó: o penúltimo romance de Machado de Assis

Por Renata de Albuquerque* Publicado pela primeira vez em 1904, Esaú e Jacó é o penúltimo romance de Machado de Assis. A Ateliê acaba de lançar a edição, dentro da Coleção Clássicos Ateliê, com texto fidedigno (estabelecido segundo a vontade do autor, em vida), com apresentação de Paulo Franchetti e notas de José de Paula Ramos Jr. As ilustrações são de Mariana Coan. O título, retirado do episódio bíblico sobre o desentendimento de dois irmãos, dá pistas sobre como os personagens Pedro e Paulo (também irmãos) vão se comportar ao longo da narrativa. Mas, ao contrário da história bíblica, os…

Herdando uma Biblioteca: uma declaração de amor aos livros
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Herdando uma Biblioteca: uma declaração de amor aos livros

Por: Renata de Albuquerque* Assim como “não se compra um livro pela capa” – ditado popular que nos lembra sobre o quanto podemos nos enganar com o que está aparente – nem sempre é possível “comprar um livro pelo título”. É o que acontece com este Herdando uma Biblioteca, de Miguel Sanches Neto, cuja segunda edição (revista e ampliada) acaba de sair pela Ateliê. Afinal, quem lê apenas o título imagina que o autor tenha recebido como legado uma coleção de livros. Ao abrir o volume, descobrimos que não é isso exatamente o que aconteceu. As crônicas trazem reflexões sobre…

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No Dia do Psicólogo, livros sobre psicologia e psicanálise

Dia 27 de agosto é comemorado o Dia do Psicólogo, um profissional responsável pela manutenção da saúde mental, pelo estudo do comportamento humano e comprometido com a promoção dos direitos humanos e a transformação da realidade social. Em 2020, quando passamos grande parte do tempo isolados de outras pessoas, por conta da pandemia do novo coronavírus, a importância desse profissional ganhou ainda mais evidência. A busca por esse tipo de atendimento subiu, com a possibilidade de realizar consultas online. Na Ateliê, a área de psicologia e psicanálise merece destaque. São quase duas dezenas de títulos dedicados ao assunto, publicados ao…

Aldo Manuzio: uma aventura chamada livro
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Aldo Manuzio: uma aventura chamada livro

Por Renata de Albuquerque* A Ateliê Editorial acaba de reeditar Aldo Manuzio. Editor. Tipógrafo. Livreiro. O livro, cuja primeira edição é de 2004, estava esgotado e o fato de voltar às prateleiras deve ser comemorado. Afinal, mais que uma simples biografia de uma figura fundamental para o universo dos livros, a obra percorre e  analisa cuidadosamente as contribuições de Manuzio, mestre quinhentista (1450-1515). O livro é escrito pelo historiador e pesquisador de projetos gráficos Enric Satué, que é historiador, teórico e crítico de projetos gráficos, além de projetista, investigador e divulgador de livros. O estudioso já publicou mais de uma…

Lira dos Vinte Anos
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Lira dos Vinte Anos

A Ateliê Editorial, neste momento de isolamento social, convidou alguns leitores para compartilharem suas impressões sobre alguns de seus livros prediletos. Com isso, pretendemos fortalecer uma comunidade de pessoas apaixonadas por livros, que sabem que eles podem ser uma excelente companhia em momentos como este. Este texto é de Talvanes Faustino*, que escreve sobre Lira dos Vinte Anos. Agradecemos a colaboração de Talvane e esperamos que todos apreciem a leitura! No Solo Da Saudade Brotaram As Lembranças De Morrer Das Tripas Do Cadáver De Poeta Foi Feita A Lira Dos Vinte Anos Quem nessa fronte que animava o gênio, A rosa…

Coração, Cabeça e Estômago: humor e crítica em um texto clássico
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Coração, Cabeça e Estômago: humor e crítica em um texto clássico

A Ateliê Editorial, neste momento de isolamento social, convidou alguns leitores para compartilharem suas impressões sobre alguns de seus livros prediletos. Com isso, pretendemos fortalecer uma comunidade de pessoas apaixonadas por livros, que sabem que eles podem ser uma excelente companhia em momentos como este. Este texto é de Camila Justo*, que escreve sobre Coração, Cabeça e Estômago, escrito por Camilo Castelo Branco em 1862 . Agradecemos a colaboração de Camila e esperamos que todos apreciem a leitura! A leitura da novela satírica publicada em 1862, Coração, Cabeça e Estômago poderá nos ajudar a conhecer  Camilo Castelo Branco, o autor, e outros…