Clippings

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O cancioneiro e sociedade

Heitor Ferraz Mello | Guia da Folha | 27 de julho de 2013 Em Melancolias, Mercadorias, Walter Garcia analisa duas canções compostas em momentos diferentes, com o objetivo de ver nelas a matéria histórica brasileira, específica depositada. Trata-se de A Preta do Acarajé, de Dorival Caymi, gravada em 1939 por Caymi e Carmen Miranda (com possível participação de Dalva de Oliveira), e Carioca, de Chico Buarque, de 1989, gravada no disco Cidades. Como lembra Garcia, autor também de Bim-Bom, a Contradição sem Conflito de João Gilberto (Paz e Terra, 1999), seis décadas a separam, mas em ambas há a presença do pregão de…

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Uma leitura do livro Deste Lugar, de Paulo Franchetti

Sibila | Solange Fiuza Cardoso Yokozawa | 18 de junho de 2013 Publicado em 2012 pela Ateliê Editorial, Deste Lugar, de Paulo Franchetti, é um livro que faz diferença no panorama da poesia brasileira mais recente. Em lugar do pobre chocalho de palavras em que se converteu parte dessa poesia, seduzida por uma autorreferencialidade esvaziada de sentido histórico, o livro de Franchetti fornece a imagem de um homem movido por uma angústia ancestral e tentando responder a ela, consciente, entretanto, do caráter provisório das respostas. Em um primeiro momento, parece tratar-se de um livro de poesia erótica, com a sexualidade amorosa transfigurada…

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A vida que segue

Vilma Costa | Gazeta do Povo | Junho 2013 O Rio na Parede, de Gil Felippe, reúne vinte e cinco textos curtos, reeditados, a maioria, depois de cinco décadas. Chama atenção como a forma e o conteúdo se relacionam, negociando sentidos e instalando-se no tempo presente, mesmo que a narrativa prime pela retomada de fragmentos da memória. Uma multiplicidade de questões é levantada, nas quais o cotidiano, aparentemente banal, dos personagens ganha peso. As frases são coordenadas por uma adição sumária de fragmentos, numa sintaxe peculiar, cujas ideias são sugeridas por imagens, sons, cores, além de traços de uma linguagem…

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Mestres da desilusão

Cult | 1.5.2013 Há muitos anos Marcelo Pen Pereira, tradutor, crítico e professor de Teoria Literária e Literatura Comparada da USP, vem pesquisando e traduzindo a obra do romancista norte-americano Henry James. São dele as belas traduções de Os Embaixadores e A Arte de Romance. Em Realidade Possível: Dilemas da Ficção em Henry James e Machado de Assis, Pen procura relacionar estes dois grandes autores do século 19 a partir do contexto histórico em que eles criaram suas obras máximas. “Ambos chegaram a sínteses formais próprias, embora porventura comparáveis, partindo de dilemas nacionais que envolveram a antiga relação entre metrópole e…

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A Transmutação Metalinguística na Poética de Edgard Braga, de Beatriz Helena Ramos Amaral

Reynaldo Damazio | Guia da Folha | 25.5.2013 A trajetória do poeta Edgard Braga (1897-1985) é curiosa. Iniciou na poesia como simbolista, sofreu influência do estilo parnasiano, passou pelo modernismo (era médico e fez o parto dos filhos de Oswald de Andrade) e acabou se relevando como autor inovador a partir do contato com o movimento concretista, no final dos anos 1950. Ao fazer um balanço das ousadias poéticas e gráficas de Braga, Augusto de Campos destacou o espanto com “a liberdade total da criação, (…) livre das convenções livrescas”. O livro de Beatriz Ramos Amaral, também poeta e musicista, analisa…

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Os Cadernos Anatômicos de Leonardo da Vinci

Mario Bresighello | Guia da Folha | 27.4.2013 A genialidade polivalente de Leonardo da Vinci (1452-1519) está sintetizada nas investigações anatômicas que realizou entre 1485 e 1515. São esboços e desenhos de membros e órgãos de corpos humanos que o próprio Leonardo dissecava, à noite e às escondidas, em hospitais de Florença, Milão e Roma. Compilados após sua morte, os trabalhos, de forte impacto visual, são acompanhados dos comentários do artista na escrita “ao contrário” inventada por ele, nos quais interpreta os conhecimentos que adquiria com a atividade. Se, num primeiro momento, pode-se pensar que ela servia para que aperfeiçoasse sua linguagem…

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Crítico lança estudo de fôlego sobre Machado e Henry James

Marcelo Pen compara romances dos escritores, mestres da ambiguidade Idelber Avelar  | Folha de S. Paulo | 11.5.2013 Na eleição do objeto, já se revela o crítico e a escolha de Marcelo Pen Parreira. Realidade Possível: Dilemas da Ficção em Henry James e Machado de Assis traz uma análise comparativa sobre o escritor americano (1843-1916) e o brasileiro (1839-1908). Mais que quaisquer outros de sua época, James e Machado têm em comum o trabalho minucioso com o ponto de vista e a voz do narrador. Ambos realizaram operações revolucionárias sobre a base do romance realista então dominante, distanciando-se dele. Eis aí o fundamento…

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Os Cadernos Anatômicos de Leonardo da Vinci

Angélica Barros | Revista de História da Biblioteca Nacional Artista, engenheiro, matemático, cartógrafo, músico, inventor, geólogo. Além desses predicados, Leonardo da Vinci (1452-1519) era um exímio anatomista. Com seus desenhos, ele compôs um estudo extraordinário de referência para o conhecimento do corpo humano. Estes cadernos trazem o que pretendia ser um pioneiro tratado de anatomia, que nunca foi terminado, reunindo desenhos e esboços resultantes de uma pesquisa de 15 anos (1498-1513), e a dissecação de dois corpos humanos. Traduzido inicialmente do italiano para o inglês, a obra surpreende pela minúcia de cada uma das 250 gravuras e mais de 1200 desenhos….

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TV Cultura entrevista Beatriz Amaral e Augusto de Campos

Beatriz Amaral lançou recentemente A Transmutação Metalinguística na Poética de Edgard Braga Para Augusto de Campos, “Beatriz Amaral soube mapear com acuidade o percurso especulativo de Edgard Braga, cuja obra, especialmente a mais radical, fulcrada no desenho e na caligrafia, veio a influenciar toda uma nova geração de poetas como Walter Silveira, Tadeu Jungle e Arnaldo Antunes.” Leia o release Assista abaixo a entrevista do programa Metrópolis. Se o vídeo não carregar, clique aqui.

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A Transmutação Metalinguística na Poética de Edgard Braga, por Beatriz Helena Ramos Amaral

Livro de Beatriz Amaral ilumina a trajetória e a linguagem de Edgard Braga Maria Cecília de Salles | Revista Germina Passados já quase 112 anos de seu nascimento (10 de outubro de 1897), Edgard Braga, um dos mais inovadores poetas e artistas gráficos do século XX, continua pouco lembrado entre nós, para não dizer quase desconhecido, nas antologias de literatura consultadas por alunos do ensino Fundamental e Médio. Em muitas, seu nome nem sequer aparece; em algumas, ele é só citado, junto com outros, contemporâneos seus, como José Lino Grunewald, Ronaldo Azeredo e Pedro Xisto. Quando se incluem exemplos, geralmente, só os poemas…