Artigo

Viaje pela história de Rússia através dos livros

A Rússia, que hoje é sede de uma Copa do Mundo, já foi cenário de uma grande transformação na passagem do sistema socialista para o sistema capitalista, conta Lenina Pomeranz em seu livro “Do socialismo soviético ao capitalismo russo“. O Caderno de Literatura e Cultura Russa – Dostoiévski é uma revista bienal do Departamento de Letras Orientais da Universidade de São Paulo. Destina-se aos pesquisadores interessados em temas relacionados à Rússia: literatura, artes, filosofia e ciências humanas em geral. Teatro Russo – Literatura e Espetáculo traz um amplo debate sobre os mais variados aspectos, que cercam a história e a estética da…

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Literatura e medicina se entrelaçam na obra de Pedro Nava

Por: Renata de Albuquerque* Na semana em que se comemora o Dia do Médico, o Blog da Ateliê lembra de um médico que se consagrou como escritor: Pedro Nava. Autor de uma das mais importantes obras memorialísticas da literatura brasileira, Nava nasceu em Juiz de Fora (Minas Gerais), em 1903. Escreveu os primeiros poemas na década de 1920, participando do Grupo Estrela, que contava com nomes como Cyro dos Anjos e Carlos Drummond de Andrade. Colaborou com “A Revista”, publicação modernista mineira e, em 1928, ilustrou Macunaíma, de Mario de Andrade. A partir dos anos 30, exerce a medicina em…

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João Alexandre Barbosa, 80 anos

Por Renata de Albuquerque* “Quando comecei a fazer Direito, comecei também a lecionar porque, naquele tempo, para fazer Direito era preciso estudar literatura: brasileira, francesa”. Esta frase, de João Alexandre Barbosa, explica por si a grandeza intelectual deste advogado que criou o curso de Teoria Literária da Universidade do Recife, atual Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), criou o Projeto Nascente (que fomenta atividades artísticas dos estudantes) e o Cinusp, foi diretor da FFLCH e escreveu mais de uma dezena de livros. Nascido João Alexandre Costa Barbosa, na cidade do Recife, em 31/08/1937, fez o primário em casa, com uma preceptora….

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História, ensaio, intervalo

Os lugares da crítica e da literatura em João Alexandre Barbosa   Eduardo Sterzi     “Le désir de faire excite le pouvoir de faire qui tue le désir.” Paul Valéry, Cahiers (citado por João Alexandre Barbosa em Alguma crítica)   “Não apenas consciência e canto – mas ciência exilada.” João Alexandre Barbosa, A metáfora crítica   No prefácio escrito em 1989 para a tradução francesa de seu Infanzia e storia, Giorgio Agamben anota: “Toda obra escrita pode ser considerada como o prólogo (ou, melhor, como a cera perdida) de uma obra nunca escrita, que permanece necessariamente tal porque, com…

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O espelho crítico de João Alexandre

Manuel da Costa Pinto   “Na verdade, não há teoria que não seja um fragmento, cuidadosamente preparado, de alguma autobiografia”.[1] A frase de Paul Valéry percorre os ensaios de João Alexandre Barbosa como uma espécie de leitmotiv. Epígrafe da antologia Opus 60 – Ensaios de Crítica[2] (que em 1980 reuniu seus textos publicados na imprensa e em revistas acadêmicas durante a década de 60), o aforismo reaparece em “Paul Valéry e a Comédia Intelectual” – ensaio em homenagem aos 50 anos da morte do poeta francês escrito para o caderno “Mais!”, da Folha de S. Paulo, em 1995, posteriormente incluído…

Perto do abismo: Nove Degraus para o Esquecimento
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Perto do abismo: Nove Degraus para o Esquecimento

Por Renata de Albuquerque O novo livro de poemas de Aguinaldo José Gonçalves, “Nove Degraus para o Esquecimento” acaba de ser lançado pela Ateliê. O volume traz ilustrações de Efigênia Helu, Geraldo Matos e Sebastião Rodrigues. São mais de 50 poemas. O primeiro, “Um sol emergiu”, parece tratar de esperança, mas alerta: “Enchaquetado de raios, o sol se tornou minha férvida prisão”. A partir dele, o leitor percorre um trajeto de recomposição e esquecimento até chegar ao último texto do livro, que revela, já no título: “Eu escrevi minha história”. Para Susana Busato, neste livro, “O retrato do sujeito, sua…

Rosário Fusco sob o signo do imprevisto

Rosário Fusco sob o signo do imprevisto

Ronaldo Werneck “Tanto que gastava um século para levar o copo à boca, embebido no mar, bebendo o mar… de repente copiando o céu de um vertiginoso azul: especial para místicos, invertidos em pane, astronautas e suicidas virtuais em olor de santidade ou de álcool, álcoois, alcaloides”. Assim Rosário Fusco desenhava Fulano, um dos personagens centrais de seu romance “a.s.a. – associação dos solitários anônimos” (Ateliê Editorial, São Paulo, 2003). E Fusco parecia desenhar a si mesmo: também ele, ao acaso, um autêntico “s.a.”. Como diz o narrador do romance: “num continente descoberto por acaso, é natural que o acaso…

Revista livro lança sexto número com exposição “As Bibliotecas de Maria Bonomi”, na BBM

Marisa Midori Deaecto* LIVRO – a REVISTA – é uma publicação do Núcleo de Estudos do Livro e da Edição (NELE), da Universidade de São Paulo. Nasceu do esforço coletivo de professores, pesquisadores e profissionais no sentido de materializar um fórum aberto à reflexão, ao debate e à difusão de pesquisas que tem na palavra impressa seu objeto principal. Entre os destaques do número 6, podemos adiantar uma história dos catálogos de bibliotecas, desde a antiguidade até a época contemporânea, de Yann Sordet (Bibliothèque Mazarine-Paris); as memórias e andanças por livrarias do premiado tradutor de James Joyce, Donaldo Schüler; e…

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Além da ficção: livros sobre o mesmo período retratado pela nova novela das seis, “Novo Mundo”

Por: Renata de Albuquerque* A nova novela das seis, “Novo Mundo”, é uma ficção que tem como pano de fundo acontecimentos históricos. É uma novela de época, mas as próprias autoras, Thereza Falcão e Alessandro Marson, avisam que o objetivo não é ser didático quanto à História do período. Como é comum na dramaturgia, estão misturadas na história de “Novo Mundo” ficção e realidade. Na nova trama das seis, estão presentes personagens históricos, como Dom Pedro (interpretado por Caio Castro) e Leopoldina (Letícia Colin). Mas os protagonistas são os ficcionais Anna Millman (Isabelle Drummond) e Joaquim Martinho (Chay Suede). Apesar…

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Como entendemos o mundo: estruturas mentais

Acompanhe a seguir a última parte do texto: Frames, senso comum e comunidades interpretativas Antônio Suárez Abreu* “Frames são estruturas mentais que moldam a maneira como vemos o mundo.”[5]Frames contêm características e expectativas ligadas a uma situação.   Se pensamos em casamento, associamos imediatamente a essa situação características como vestido de noiva, igreja, alianças, padrinhos, festa, bolo de casamento etc.   Se pensamos em Natal, associamos imediatamente a essa situação características como nascimento de Cristo, árvore de natal, confraternização, presentes etc.  Todas essas particularidades estão também associadas a expectativas ou “scripts”.   Esperamos que, ao iniciar-se um casamento na igreja, o noivo esteja…