Autor: Editorial Ateliê

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Ateliê lança Palmeirim de Inglaterra, irretocável exemplar de uma novela de cavalaria

Quem foi Francisco de Moraes? O que vem a ser o Palmeirim de Inglaterra? Por que o texto mereceu coedição (Ateliê/Unicamp) tão zelosamente cuidada, planejada nos mínimos detalhes para integrar a coleção “Clássicos Comentados” da Ateliê? Afinal, que interesse o leitor de hoje pode ter em um livro cuja primeira edição é supostamente de 1544? Comece-se por destacar que o esmero editorial faz jus à trabalhosa tarefa de organizar a atual edição: segundo os professores envolvidos (Lênia Márcia Mongelli, titular de Literatura Portuguesa da USP, Raúl Cesar Gouveia Fernandes (FEI), Fernando Maués (UFPA) e Nanci Romero (UNIFESP), todos doutorados pela…

Melodias em Estado Nascente

Por Renato Tardivo* A primeira característica a se destacar neste ensaio sobre À Sombra das Raparigas em Flor é o trânsito minucioso empreendido pelo autor entre excertos do segundo volume de Em Busca do Tempo Perdido, manuscritos de Proust e a fina interpretação construída em dezesseis capítulos, divididos em duas partes. Como se trata de um ensaísta de formação psicanalítica, coloca-se a questão: a que se presta o recurso à psicanálise, visto que se trata de literatura? Muitos são os estudos acerca dessa relação que encerram a obra literária em teorias e conceitos psicanalíticos pré-concebidos. Tal uso, vale dizer, parece…

Morte e silêncio conduzem personagens em “Silêncios no Escuro”
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Morte e silêncio conduzem personagens em “Silêncios no Escuro”

Por: Renata de Albuquerque O primeiro livro que Maria Viana escreveu para adultos quase chegou à maioridade antes de seu publicado. Passaram-se 17 anos desde que a autora mineira – que escreve livros infantis e didáticos e organizou diversas antologias – escreveu o conto que dá título ao volume. A autora relata que só se deu conta de que a morte e o silêncio são os fios condutores de todos os contos do livro Silêncios no Escuro depois de tê-los reunidos. Personagens que não falam habitam histórias que os levam de um extremo a outro (morte e vida; tristeza e…

Aventuras distantes de Palmeirim de Inglaterra

Por Renata de Albuquerque Palmeirim de Inglaterra não é apenas uma novela de cavalaria. O texto, escrito por Francisco de Moraes, faz parte de um ciclo, o que por si só explica a importância da obra. Nesta edição que a Ateliê acaba de lançar, os pesquisadores Lênia Márcia Mongelli, Raúl Cesar Gouveia Fernandes e Fernando Maués realizaram um minucioso e primoroso trabalho, transcrevendo a partir de várias fontes para poder chegar a um resultado fidedigno, que interferisse minimamente no estilo original – um dos pontos altos da obra. A seguir, a crítica literária, especializada em Literatura Portuguesa e professora da…

Ateliê em clima de Olimpíadas

É tempo de Jogos Olímpicos. Em todos os lugares, as vitórias, as medalhas e as conquistas fazem parte das conversas. Mas, o que isso tem a ver com livros? Tudo! A Ateliê tem diversos títulos premiados pelas mais importantes instituições do mundo e, por causa das Olimpíadas, resolvemos reuni-los e celebrar a data com descontos campeões. O Mistério do Leão Rampante  Para livrar-se de um feitiço que a impede de amar, uma jovem inglesa do século XVII recorre aos mais diversos tratamentos – até conhecer o poder curativo do teatro. Narrada com humor refinado, a história tem Shakespeare como um…

“Há muita gente que ainda pensa que letra de canção é poema”

Renata de Albuquerque   Luiz Tatit empunha o violão. Seja como artista solo, seja como integrante do grupo Rumo, seu sorriso leve alegra o público. Luiz Tatit empunha o giz. É professor titular do Departamento de Linguística da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP e um dos mais importantes pesquisadores brasileiros quando o assunto é semiótica. Não por acaso, entre seus parceiros musicais estão Arrigo Barnabé e José Miguel Wisnik. Por trás da aparente simplicidade, há uma sofisticação intelectual admirável, fruto de muitos e profundos estudos. O mais recente exemplo disso é  Estimar Canções – Estimativas Íntimas…

Cartas a Miranda, de Quatremère de Quincy, ganha primeira tradução em português

Ao tratar de temas como preservação e transferência de obras de arte, obra de 1796 guarda íntima relação com a atualidade Quatremère de Quincy publicou as Cartas a Miranda em 1796. O destinatário seria o general Francisco de Miranda, que propôs que Quatremère abordasse, sob o ponto de vista das artes, os perigos de espoliação dos monumentos de Roma depois das vitórias do General Bonaparte no norte da Itália. Por isso, as cartas abordam questões como preservação e o problema da transferência de obras de arte, questões entrelaçadas com a teoria do autor de como se aprende o fazer artístico…

Dia dos pais: leitura também é exemplo

O slogan é antigo, mas é verdadeiro: “não basta ser pai, tem que participar”. E a participação dos pais é fundamental para o desenvolvimento dos filhos em diversos aspectos: físico, mental, emocional e até intelectual, como mostra a recém-divulgada pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil – 4ª edição”. Segundo o levantamento, realizado pelo Instituto Pró-Livro, com apoio da ABRELIVROS, CBL e SNEL, a figura do pai ou responsável foi quem mais influenciou 4% dos entrevistados ao hábito de leitura, atrás apenas dos professores e da figura materna. 4% pode parecer pouco, mas se pensarmos que o país tem mais de…

Estimar Canções – Estimativas íntimas na formação do sentido é o novo livro de Luiz Tatit

Na obra, autor faz uso de conceitos da Semiótica para explicar a construção de sentido nas canções brasileiras Como estimar os elementos de uma canção? Segundo Luiz Tatit, é comum que se avalie uma canção do ponto de vista musical, o que pouco ajuda na compreensão sobre essa linguagem. Por isso, o mais novo livro do professor titular do Departamento de Linguística da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, Estimar Canções – Estimativas íntimas na formação do sentido, traz um enfoque que em geral não é considerado: como se forma o sentido na canção. Na obra, Tatit…

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Falta de tempo é a principal razão pela qual brasileiros não leem mais

Por Renata de Albuquerque     Brasileiros alegam falta de tempo para ler, segundo a quarta edição da pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”, divulgada recentemente – 43% das pessoas entrevistadas não lê mais por falta de tempo. Não há dados anteriores para comparação do número, já que a pergunta “Por que não leu mais?” foi incluída na pesquisa pela primeira vez nesta edição. Mas, mesmo assim, o dado é interessante, porque aponta que, para além de fatores como altos preços (apenas 7% declararam achar livros caros e apenas 5% disseram não ter dinheiro para comprar livros), o maior impedimento…