Autor: Editorial Ateliê

Guilherme de Almeida, tradutor de Wilhelm Busch

Por Renata de Albuquerque   A pesquisadora Simone Homem de Mello, que está lançando Histórias em Imagens e Versos – Wilhelm Busch Traduzido por Guilherme de Almeida, conta, nesta entrevista, como a obra de Wilhelm Busch começou a fazer parte de sua vida e como um jantar deu origem a um projeto audacioso de traduzir e reposicionar a obra do autor alemão considerado um dos precursores das histórias em quadrinho. Quando tomou contato com a obra de Busch, foi na esfera infanto-juvenil? Simone Homem de Mello No final do primeiro ano do ensino fundamental, a professora me deu de presente…

Edição bilíngue reúne poemas narrativos de Wilhelm Busch traduzidos por Guilherme de Almeida

Antes considerada estritamente literatura infantil, obra do alemão precursor das histórias em quadrinho ganha edição comentada O objetivo de Simone Homem de Mello ao lançar-se no trabalho de edição de Histórias Em Imagens E Versos – Wilhelm Busch Traduzido Por Guilherme de Almeida – era tirar da restrita esfera da literatura infanto-juvenil a obra do autor alemão que serviu de modelo para a criação de uma das primeiras tiras de quadrinhos feitas nos EUA. Afinal, os vinte poemas narrativos do alemão, traduzidos para o português pelo poeta Guilherme de Almeida, não foram originalmente escritos apenas para o público infanto-juvenil, mas…

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“A hipertrofia das assimetrias, que vão da economia até às esferas culturais, torna essa literatura de sentido sociopolítico necessária”, diz Benjamin Abdala Jr.

Por: Renata de Albuquerque Literatura, História e Política: Literaturas de Língua Portuguesa no Século XX chegou às prateleiras das livrarias brasileiras em 1989,  mesmo ano em que o Muro de Berlim caiu – uma mudança profunda, do ponto de vista histórico, político e social. Quase trinta anos depois, a Ateliê lança a terceira reedição da obra, um ensaio que discute o gesto que veio a configurar-se artisticamente numa forma nova, nas literaturas dos países de língua portuguesa. A análise do sentido político subjacente a essas produções da Modernidade levou à problematização das relações entre arte e engajamento, do poder de…

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João Alexandre Barbosa, 80 anos

Por Renata de Albuquerque* “Quando comecei a fazer Direito, comecei também a lecionar porque, naquele tempo, para fazer Direito era preciso estudar literatura: brasileira, francesa”. Esta frase, de João Alexandre Barbosa, explica por si a grandeza intelectual deste advogado que criou o curso de Teoria Literária da Universidade do Recife, atual Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), criou o Projeto Nascente (que fomenta atividades artísticas dos estudantes) e o Cinusp, foi diretor da FFLCH e escreveu mais de uma dezena de livros. Nascido João Alexandre Costa Barbosa, na cidade do Recife, em 31/08/1937, fez o primário em casa, com uma preceptora….

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João Alexandre Barbosa: “É preciso arriscar”

Eduardo Sterzi   A entrevista com João Alexandre Barbosa que a seguir se reproduz na íntegra foi realizada em agosto de 2000, no saguão do Hotel Embaixador, no centro de Porto Alegre. Sua primeira divulgação se deu no mesmo ano, no número 23 da revista Brasil/Brazil – que era, à época, uma publicação conjunta da PUCRS (hoje, a Associação Cultural Acervo Literário de Erico Verissimo tomou o seu lugar) e da Brown University, com edição de Regina Zilberman e Nelson H. Vieira. Em 2006, quando João Alexandre Barbosa morreu, excertos da entrevista foram republicados, em sua homenagem, no jornal K,…

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História, ensaio, intervalo

Os lugares da crítica e da literatura em João Alexandre Barbosa   Eduardo Sterzi     “Le désir de faire excite le pouvoir de faire qui tue le désir.” Paul Valéry, Cahiers (citado por João Alexandre Barbosa em Alguma crítica)   “Não apenas consciência e canto – mas ciência exilada.” João Alexandre Barbosa, A metáfora crítica   No prefácio escrito em 1989 para a tradução francesa de seu Infanzia e storia, Giorgio Agamben anota: “Toda obra escrita pode ser considerada como o prólogo (ou, melhor, como a cera perdida) de uma obra nunca escrita, que permanece necessariamente tal porque, com…

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O espelho crítico de João Alexandre

Manuel da Costa Pinto   “Na verdade, não há teoria que não seja um fragmento, cuidadosamente preparado, de alguma autobiografia”.[1] A frase de Paul Valéry percorre os ensaios de João Alexandre Barbosa como uma espécie de leitmotiv. Epígrafe da antologia Opus 60 – Ensaios de Crítica[2] (que em 1980 reuniu seus textos publicados na imprensa e em revistas acadêmicas durante a década de 60), o aforismo reaparece em “Paul Valéry e a Comédia Intelectual” – ensaio em homenagem aos 50 anos da morte do poeta francês escrito para o caderno “Mais!”, da Folha de S. Paulo, em 1995, posteriormente incluído…

A Morte, o Acaso, a Vida
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A Morte, o Acaso, a Vida

Renato Tardivo* Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá, romance de Lima Barreto, autor homenageado na Flip deste ano, foi publicado pela primeira vez em 1919. Levou algumas décadas, contudo, para que a obra de Lima fosse amplamente distribuída. Triste Fim de Policarpo Quaresma, originalmente publicado em 1915, talvez seja seu romance mais célebre; com efeito, Policarpo é uma das personagens mais importantes da literatura brasileira. No romance que se ocupa da biografia de Gonzaga, no entanto, encontramos um Lima Barreto que equilibra com excelência sensibilidade e crítica. A obra acaba de receber uma caprichada edição, com inúmeras…