Autor: Editorial Ateliê

Entrevista com o poeta Majela Colares

Majela Colares acaba de publicar O Retorno de Bennu, que leva ao leitor poesia em prosa, aforismos, versos livres e uma poesia caudalosa, que inspira o leitor. A seguir, o Blog republica uma entrevista que o autor concedeu ao “Poesia Diversa” , de Hilton Deives Valeriano 1) – Como ocorreu seu contato inicial com a poesia? Meu contato inicial com a poesia ocorreu através dos Romances de Feira, hoje conhecidos por Cordéis, quando menino. Lia-os intensivamente. Era uma leitura sempre muito emocionante. Romance do Pavão Misterioso, Peleja do Cego Aderaldo e Zé Pretinho, A Batalha de Oliveiros com Ferrabraz, As…

“Eugênio Onêguin”, romance em versos de Aleksandr Púchkin, ganha nova tradução

“Eugênio Onêguin”, romance em versos de Aleksandr Púchkin, ganha nova tradução

O “romance em versos” Eugênio Onêguin é a expressão máxima do gênio de Aleksandr Púchkin (1799-1837), e representa para a literatura da Rússia o mesmo que OsLusíadas, A Divina Comédia, o Dom Quixote e as peças de Shakespeare representam respectivamente para Portugal, a Itália, a Espanha e a Inglaterra. Púchkin é considerado o fundador da literatura russa moderna, o maior ícone cultural da Rússia, e seu Eugênio Onêguin já foi chamado de “enciclopédia da vida russa”, de leitura obrigatória em escolas. A Ateliê Editorial acaba de publicar uma edição bilíngue, traduzida pelo poeta e tradutor Alípio Correia de Franca Neto e pela pesquisadora russa Elena Vássina. O trabalho…

“O Azul e o Mar”: edição bilíngue com poemas de Paul Valéry

Eduardo de Campos Valadares selecionou poemas de três fases de Paul Valéry – Charmes, Clássicos e o longo poema “A Jovem Parca” – para compor este volume, chamado O Azul e o Mar, uma coedição com a Editora UFMG. Um trabalho de tradução que, segundo o tradutor, foi uma “festa da imaginação”, expressão que cria eco na “festa do intelecto” que, segundo o poeta francês, deve ser o poema. “Os leitores bilíngues perceberão que a presente tradução busca privilegiar uma ambientação da poesia de Paul Valéry considerando-se a realidade linguística atual”, informa Valadares, Doutor em Física que vive em Minas…

“Viva Vaia”, de Augusto de Campos: um marco da poesia concreta

Por Renata de Albuquerque “Augusto de Campos realiza uma pesquisa poética regida pelo signo da invenção, utilizando recursos das tecnologias digitais que permitem integrar palavra, som, imagem, movimento, tempo e espaço em composições que solicitam a participação inteligente do leitor para a construção de significados”, define Claudio Daniel. Esta talvez seja uma das melhores sínteses para entender a relevância de Viva Vaia, livro de 1979, que está na quinta edição e que é um dos mais importantes registros do Concretismo brasileiro. Em quatro décadas, o livro se confirma como uma das obras mais importantes da literatura brasileira. O Concretismo –…

O Sertão e a Sibéria em Luto

Por: Plinio Martins Filho Com a morte de Jerusa Pires Ferreira, ocorrida no último domingo (21/04), perdemos uma colega generosa e uma professora e ensaísta extremamente culta. Docente do curso de Editoração da ECA/USP e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica da PUC/SP, suas aulas eram verdadeiras viagens: uma hora estávamos no sertão falando do cordel, em seguida, na Alemanha com Goethe ou na Rússia de Púchkin. Era fascinante esse trânsito entre o árido Nordeste brasileiro e a gélida Sibéria. Sempre valorizava seus alunos. De certo modo, “obrigou-me” a dar aulas na ECA, no curso de editoração. Devo…

“A Cidade e As Serras”, de Eça de Queirós

A Cidade e As Serras é um livro póstumo de Eça de Queirós: foi lançado em 1901, após a morte do escritor. É um dos mais importantes títulos do autor português, inclusive do ponto de vista do exercício estético. Pode até ser classificado como pós-realista, já que combina aspectos realistas, impressionistas e expressionistas, por exemplo. O romance questiona os valores da sociedade urbana portuguesa (como já acontecera antes em outros romances de Eça, como A Ilustre Casa de Ramires) e fala sobre o impacto do capitalismo nessa sociedade. Ainda assim, se tomarmos por base outros romances do autor, como O…

“Entreatos”: monólogos de inspiração fantástica

Marcelo Castel Cid já escreveu um romance chamado Os Unicórnios e organizou a Antologia Fantástica da Literatura Antiga. De certa forma, sua literatura flerta com o fantástico. Agora, ele lança Entreatos, em que bebe nessa fonte para criar monólogos inventados para personagens bíblicas que marcam presença no Livro dos Atos dos Apóstolos. A seguir, ele fala sobre seu novo livro para o Blog da Ateliê: Como surgiu a ideia de escrever Entreatos? Marcelo Castel Cid: Surgiu à primeira leitura do Novo Testamento, há muitos anos. O Livro dos Atos me impressionou particularmente, já naquela época. Qual a origem de seu…

Thelma Guedes, poeta, contista e autora de novelas

Por Renata de Albuquerque “A literatura faz parte da minha vida desde que me entendo por gente”, diz Thelma Guedes. Nascida no Rio de Janeiro, foi em São Paulo que ela cursou Letras, na USP. E lá também cursou o Mestrado, cujo ponto de partida foi o primeiro livro da escritora Pagu (Patricia Galvão), Parque Industrial. Do Mestrado nasceu Pagu, Literatura e Revolução, em 2003. Um ano antes, porém, Thelma havia encontrado Walcyr Carrasco, autor da Globo com quem colaborou em diversos projetos, como O Sítio do Picapau Amarelo e nas novelas Esperança e Chocolate Com Pimenta. Em 2006, Thelma inicia…

“Fascinação”: do teatro ao livro, quase 30 anos depois

Por Renata de Albuquerque Flavio de Souza é muito conhecido por seu trabalho para crianças, como “Rá-Tim-Bum” e “Mundo da Lua”. Ele também foi roteirista de programas de humor como “Sai de Baixo”. Já Luci Collin é poeta, ficcionista e tradutora. O encontro entre os dois poderia parecer inusitado à primeira vista, mas foi esse encontro que gerou Fascinação, volume em coedição Kotter e Ateliê Editorial, que traz para o registro do livro o texto que foi sucesso nos palcos brasileiros nos anos 1990. Mas não se trata de uma simples transposição. O trabalho de Flavio e Luci ampliou o…

Octávio Brandão: pioneiro marxista no Brasil

Octávio Brandão é um nome muito conhecido dos pesquisadores brasileiros que se debruçam sobre a política do início do século XX. Comunista de primeira hora, o intelectual alagoano foi ativista e militante, sendo pioneiro na difusão do marxismo no Brasil. Ele escreveu obras importantes – mas pouco lidas – como Agrarismo e Industrialismo, Canais e Lagoas, Veda do Mundo Novo e Rússia Proletária. Em Octávio Brandão e as Matrizes Intelectuais do Marxismo no Brasil, Felipe Castilho de Lacerda vai além da biografia do alagoano e traz ao público um estudo sobre a obra desse intelectual. A seguir, Lacerda fala sobre…