Lagoa da Conceição e uma tarde de domingo

Brechó na Rua 3 - blog

por Daniel De Luccas

Domingo, 22, o tempo virou em Floripa. Para quem planejava vender alguma coisinha no Brechó na Rua, a pergunta era, “será que chove?”. Digno do ócio pra curtir o friozinho que bateu, o domingo esperava por uma decisão, mesmo por parte daquele que dizia “irei guardar este dia como meu ‘sábado’ e as atividades serão: virar página de livro ou dar play em filme”. Mas foi o “preciso pagar minhas aulas de Yoga” que me deu o ponta-pé pra sair da cama, juntar as tralhas, achar um espaço no gramado da Lagoa e expor os poucos itens que eu tinha e nem sabia o preço ainda.

Em meio a roupas, malas, discos, livros, sanduíches e incensos, achei um cantinho acuado, estendi a canga, sentei e comecei a folhear um livro. Assim que levantei a cabeça reconheci, de um café que frequento, minha “vizinha de canga”. Iniciei ali uma conversa com ela, depois, com um casal que vendia livros usados à minha frente (do Sebo O Escambau), com os interessados em meus apetrechos, com o fotógrafo que gostou da minha máscara da Indonésia e com os novos vizinhos que chegavam. Sem perceber, a tarde de domingo se foi, sem chuva, e eu saí no lucro, não financeiro, mas de novos conhecidos e histórias.

BrechoNaRua-PedroCunha
Foto: Pedro Cunha

Lara, recém mudada para a Lagoa, resolveu fazer uma limpa no armário. Levou uma mala cheia e vendeu quase tudo. Vi sapatos lindos sendo vendidos por R$ 5,00. Desde que cheguei no evento, até escurecer, quando ela tentava fechar a mala, chegavam meninas revirando suas roupas para levar algo. Carla, professora de idiomas, já participou do encontro outras vezes. Ela levou diversos itens que juntou durante suas viagens pela Europa, dentre eles, livros importados, malabares, roupas e até uma gravata, algo um pouco difícil de se vender aqui na Lagoa. A cada hora que passava eu via Carla falando em uma língua diferente. Ao deixar o local puxando sua mala, ela notou a diferença no peso: “Até que minha mala deu uma boa esvaziada!”, comemorou.

Durante o evento, que ocorrerá mensalmente, rolou doação, troca, negociação e até algumas vendas pra mim. Comi uma empanada deliciosa, feita por uma senhora que vendia comidas por ali. Assisti a criançada correr na grama e brincar no trapézio. E, sob o olhar do fotógrafo Pedro Cunha, vi a máscara, que não consegui vender, passar de carrancuda para tranquila. Foi bonito de ver o gramado da Lagoa ocupado por essa galera. Mês que vem tem mais!

1 Comentário

Deixe uma resposta para Miranda teixeiraCancelar resposta