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Os Privilégios, Stendhal

Livro lança a coleção Contraparte, da Ateliê Editorial, que vai publicar obras insuspeitadas de grandes escritores, mostrando complexidades que dialogam em outros patamares
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Os Privilégios, de StendhalOs Privilégios, de Stendhal, obra de grande importância na configuração de uma perspectiva mais ampla sobre o conjunto da criação do escritor, foram escritos em abril de 1840 e publicados vinte anos após sua morte. Stendhal (Henri-Marie Beyle) nasceu em Grenoble em 1783 e morreu em Paris em 1848, em decorrência de um ataque de apoplexia. Para Jerusa Pires Ferreira, que traduziu esta obra e fez o prefácio desta edição, “Crença, sugestão ou apenas subterfúgio para vencer as armadilhas da morte que implacável se aproximava, no receio dos ataques de apoplexia, os pequenos textos de Os Privilégios são o desvendamento de toda uma vida e a abertura para tantos entendimento e mistérios.” Segue um privilégio:
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Em todo lugar, depois de ter dito rezo por minha alimentação, o privilegiado encontrará: duas libras de pão, um bife cozido ao ponto, um quarto de cordeiro idem, um prato de espinafre idem, uma garrafa de São Julião, uma garrafa de água, uma fruta, um sorvete, e uma meia xícara de café. Essa prece será atendida duas vezes em vinte e quatro horas.
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Os Privilégios parece fugir do que se poderia esperar de um livro do autor que escreveu romances realistas como O Vermelho e o Negro e A Cartuxa de Parma. Composto por 23 sequências, Stendhal apresenta os poderes e possibilidades de um “privilegiado”, um mundo oculto a que teria acesso, por meio de todo um universo à margem dos sistemas literários centrais. Em Os Privilégios, o autor leva o leitor ao convívio com estranhas crenças, ao oculto e, principalmente, a um bizarro e irônico sentido do maravilhoso. Estratégia ou delírio? Acesse o livro na Loja Virtual
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Stendhal (Henri-Marie Beyle, 1783-1848), escritor francês conhecido pela fineza na análise dos sentimentos de seus personagens e por seu estilo seco, escreveu O Vermelho e o Negro e A Cartuxa de Parma, entre outras obras.
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A tradutora Jerusa Pires Ferreira é doutora e livre-docente pela Universidade de São Paulo, ensaísta e coordenadora do Centro de Estudos da Oralidade do COS / PUC-SP. É autora de inúmeros artigos além de professora de pós-graduação em comunicação e semiótica da PUC-SP. Pela Ateliê, é autora de Armadilha da Memória e Cultura das Bordas.
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