Adiovisual e o pão de cada dia

Audiovisual e o pão de cada dia

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Uma das maiores preocupações de quem se interessa por fazer audiovisual no Brasil e deseja alguma relevância (leia-se $$$), é se inserir pela porta-funil no mercado depois de concluir o ensino superior. Inclusive ronda pelo campus da própria universidade conclusões fatais do tipo “nós sabemos que seremos pobres!” ou “não ingresse no curso achando que vai ganhar dinheiro com cinema…”, colocações que saem da boca tanto de estudantes quanto de professores acadêmicos.

Realidade não seja omitida, há falta de investimentos do governo em projetos independentes, a indústria cinematográfica brasileira é extremamente restrita e poucos nomes se sobressaem, nosso histórico de cinema sempre caminhou com dificuldade e baixo orçamento. Ainda assim, equivoca-se quem pensa que não se tem espaço para criar e construir nesse meio, ou toma a postura do anti-apoio para dizer que curso “de arte” no Brasil é um fracasso.

As novas tecnologias, o avanço global das novas modalidades de mídia e a transformação dos meios de comunicação permitem cada vez mais a abertura e a inovação de quem tem boas ideias e aposta as fichas nelas.

Criatividade e contatos são duas palavras-chave. Para isso, a roda de discussão da universidade é essencial. Nesse meio, compartilha-se informação, aprende-se conceitos, ouve-se o que já deu certo ou errado e cria-se uma verdadeira rede de apoio, de gente que transcende o centro acadêmico. Além disso, o desenvolvimento de uma capacitação crítica é extremamente necessária à solidificação de um projeto e o sucesso dele.

Quem produz audiovisual sabe que precisa se atualizar todos os dias. Além do custo alto, o produto final tem um público cada dia mais específico, e a dissolução dessa mesma produção, é cada vez mais rápida. Caro e restrito, o desafio é grande para quem sonha em ser um verdadeiro produtor de cinema no país. Mas, se existe a porta, existe a possibilidade. É assim, que nós, os otimistas, acreditamos.

Mariana Merlim | @marimerlim

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